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Rayana Rayo apresenta sua primeira exposição individual

“Nas restingas, onde sonha o coração” reúne, na Galeria Marco Zero, pinturas e desenhos da artista pernambucana, a partir da quarta (19), às 19h, com entrada gratuita

18 de Março de 2025

Foto Divulgação

O universo imagético de Rayana Rayo é formado por paisagens e personagens fantásticos, com formas e cores particulares, desenvolvidos em uma figuração abstrata. Suas obras são mergulhos nas suas emoções e subjetividade, entrelaçando realidade e ficção. Essas narrativas instigantes e férteis, abertas ao diálogo com os olhares do público, ganham destaque na primeira exposição individual da artista pernambucana, intitulada “Nas restingas, onde sonha o coração”, na Galeria Marco Zero. Com curadoria de Galciani Neves, a mostra será aberta no dia 19 de março, às 19h.

O contato da Rayana com a pintura começou cedo, a partir das influências imagéticas do pai, o artista plástico Zé Carlos Viana, e da mãe, a decoradora Cláudia Bacelar, mas foi, a partir de 2016, que ela começou a se dedicar profissionalmente às artes visuais. Desde então, vem construindo um repertório formal singular. Atualmente em residência no Instituto MECA, seu trabalho integra importantes coleções pública e privadas, entre elas, da Pinacoteca de São Paulo, e recentemente foi destacado no livro “Sonhos ao Sol - Miragens da Arte na América Latina”, publicação que reúne obras de artistas da região que abordam os sonhos e o fantástico.

“Nas restingas, onde sonha o coração” reúne trabalhos recentes da pernambucana, em sua maioria produzidos em 2024 e inéditos, em pintura e desenho. Para a curadora Galciani Neves, as narrativas desenvolvidas por Rayana refletem o momento da vida da artista e como ela o “diluiu, digeriu e transformou em arte”.

“A arte, para ela, é uma ferramenta para lidar e tratar com o cotidiano, com um viés de fabulação, invenção, um pouco fantástico, mágico. É como se ela tivesse, nesse pouco tempo de trajetória, construído um vocabulário de formas e cores do qual vai se apropriando, adicionando mais critérios formais, para, assim, criar uma narrativa imagética do que viveu. Verdade e ficção não existem como contornos estanques no trabalho de Rayana. Esse laboro também funciona como um viés, um óculos de olhar para a vida. Entramos em uma sintonia para entender que a exposição tinha que ter a construção de um clima de fabulação, um olhar para aquilo que personagens e paisagens constituíam quando estavam juntos, percebendo também que o espaço da galeria seria um pouco ‘inundado’ por essas histórias”, explica a curadora.

O título da exposição faz alusão ao ecossistema litorâneo cuja vegetação abriga e garante a subsistência de diversas espécies de animais. De suma importância para a proteção das praias, é também frágil, altamente influenciado pelas condições climáticas e a ação humana. Nas 18 telas presentes na mostra, a água é um elemento onipresente, que a artista apresenta de diferentes maneiras, seja de forma livre ou comprimida em algum recipiente.

Com trabalhos em diferentes dimensões, entre eles de larga escala, a exposição é, nas palavras da artista, como instantâneos do seu momento de vida, em sua abstração figurativa. Tanto que dois trabalhos são nomeados como autorretratos – ainda que ela indique que vários outros também têm essa característica, ainda que com outros títulos, a exemplo de “Todos os demônios internos”.

Além das pinturas, Rayana Rayo também apresentará cerca de dez desenhos. Para ela, o desenho oferece um lugar mais livre e despretensioso para a criação e funciona como um veículo criativo em momentos no qual não pode pintar. “Os vejo como outra coisa minha, que têm ligação (com a pintura) pelas formas, nos quais é possível perceber uma consistência, mas que tomo como estudos que vão para além das minhas séries; são dos meus processos como artista. Acho que é interessante para quem observa porque dá para entender o processo para além da pintura, revelando mais sobre mim como artista e camadas do meu processo”, reforça a artista.

Para acompanhar a exposição, a curadora Galciani Neves assina microcontos inspirados nas obras que integrarão também uma publicação em torno da mostra, que será lançada na Galeria Marco Zero.

SERVIÇO
Exposição Nas restingas, onde sonha o coração, de Rayana Rayo
Onde: Galeria Marco Zero (Avenida Domingos Ferreira, 3393, Boa Viagem)
Quando: Quarta-feira (19), às 19h. Visitação: de segunda a sexta-feira, das 10h às 19h; sábado, das 10h às 17h. 
Quanto: Entrada franca
Informações: (81) 98262-3393 / www.galeriamarcozero.com / @galeriamarcozero (Instagram)

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