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Galeria Marco Zero apresenta nova exposição de Bruno Vilela

Com curadoria de Daniel Donato, “As Estrelas Descem à Terra” reúne 16 trabalhos inéditos, entre pinturas e desenhos, além da exibição do filme “O Ano da Serpente”

06 de Outubro de 2025

Vila Banzeiro (2025), óleo e folha de ouro, de Bruno Vilela

Vila Banzeiro (2025), óleo e folha de ouro, de Bruno Vilela

Foto Divulgação

Com obras inspiradas por uma imersão de 20 dias na Amazônia, Bruno Vilela apresenta As estrelas descem à Terra, a partir de terça-feira (9/10), às 17h, na Marco Zero. Com curadoria de Daniel Donato, a exposição individual reúne 16 trabalhos inéditos, entre pinturas e desenhos, atravessados por estudos das paisagens, pessoas, animais, vegetações, cosmologias e lendas da floresta e do rio. Para a mostra, a galeria criou uma sala especial para exibição ininterrupta de O Ano da Serpente, vídeo de estreia do artista pernambucano. 

Observador atento do seu entorno, não só físico, mas também metafísico, Bruno Vilela desenvolve um trabalho que, mais do que representar, busca interpretar e ressignificar seus objetos, sujeitos e pesquisa. Seu trabalho permeia fronteiras entre a pintura, a fotografia, o audiovisual e o desenho, sempre as tensionando. Em trânsito, imerge e se inspira em diferentes culturas, colocando-as em diálogo com suas referências e experiências. Exemplo dessa abertura para o outro e o novo são as obras da série Eco Reflexo, presentes na nova exposição. Inspiradas na viagem do artista à Amazônia, onde esteve por 20 dias, junto com seu irmão Márcio Vilela, também artista, em uma comunidade ribeirinha às margens do Rio Negro.

“Nesse processo, fui me apropriando da cultura da Amazônia, colocando a minha, me inserindo na cultura ou inserindo a cultura no meu dia a dia. É a maneira como eu vivo na obra, é a obra me transformando. Tudo isso me faz ir para o cinema, que é onde entro com a minha pintura, com a minha fotografia. Então, a pintura já vira mais cinema do que era antes, quando já tinha muita referência de filmes que eu via. Mas, agora trago o meu próprio filme para dentro da tela”, reflete.

O filme se insere no que Vilela tem chamado de cinema de artista, em uma relação com o livro de artista, apresentando-se como híbrido entre o cinema experimental e a videoarte, e inspirou todos os novos trabalhos, em pintura e desenho. “O filme O Ano da Serpente nasceu desse interesse e, após o período Amazônia, quando volto para o Recife, me dedico bastante ao curta, mas sempre tendo como respiro a pintura. Com a finalização do filme, retomo a pintura com tudo e começo a usar os resíduos periféricos das filmagens. Então, tem muito frame do filme que usei para pintar, tem algumas fotografias, minhas e do meu irmão”, explica Bruno Vilela.

As obras são permeadas por estudos do artista sobre a Floresta Amazônica e suas mitologias, que são recriadas por Bruno, em um processo que ele chama de mitologia pessoal. Histórias de moradores da região, ouvidas durante a viagem, assim como textos sobre antropologia, psicologia, entre outros temas, e referências aos estudos de Gaston Bachelard. Obras de David Lynch, como Veludo Azul, e Picasso, também inspiraram os novos trabalhos, que são marcados por características latentes na produção de Bruno Vilela, como o jogo entre o real e o fantástico. 

Em dezembro, será lançada uma revista homônima em torno da exposição. A publicação contará com textos do curador Daniel Donato e do artista Bruno Vilela, além do roteiro do filme e de registros fotográficos da expedição na Amazônia.

SERVIÇO
As estrelas descem à Terra, de Bruno Vilela
Onde: Galeria Marco Zero - Av. Domingos Ferreira, 3393, Boa Viagem
Quando: Abertura na quinta-feira (9/10), às 17h. Visitação: de segunda a sexta, das 10h às 19h; sábado, das 10h às 17h. Até 23 de dezembro de 2025
Quanto: Entrada franca
Informações: www.galeriamarcozero.com | @galeriamarcozero

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