Agenda

Surama Ramos, Henrique Albino e Mãe Beth de Oxum em encontro musical

Apresentação gratuita vai ocorrer no dia 9 de dezembro, às 20h, no Auditório É do Povo, no Cais do Sertão, no Recife; ingressos serão distribuídos 1 hora antes do início do espetáculo

05 de Dezembro de 2025

Alice Ialodê, Mestre Quinho Caetés, Mãe Beth de Oxum, Surama Ramos e Henrique Albino

Alice Ialodê, Mestre Quinho Caetés, Mãe Beth de Oxum, Surama Ramos e Henrique Albino

Foto Hugo Muniz/Divulgação

O espetáculo Surama Ramos e Henrique Albino Convidam Mãe Beth de Oxum ganha apresentação única no Recife, na terça-feira (9), às 20h, no Auditório É do Povo, no Cais do Sertão, Bairro do Recife. O projeto, viabilizado graças à Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (Pnab), possibilita ao público entrada gratuita, mediante ingressos que serão distribuídos 1 hora antes do início da apresentação.

Ao promoverem o envolvimento de suas musicalidades, Surama Ramos, Henrique Albino e Mãe Beth de Oxum fundem temporalidades e elaboram juntos uma música feita de história. No repertório e na interação que apresentam no show, há tanto um movimento de salvaguarda do coco de umbigada, trabalho em que Mãe Beth tem estrada e notoriedade, quanto um movimento de vanguarda da música contemporânea pernambucana e brasileira, à medida em que Surama e Henrique acrescentam modernidade à ancestralidade negra de que é feito o coco.

Este não será o primeiro encontro dos artistas no palco. Os três circularam juntos, recentemente, em uma turnê pelo Sesc. O público, portanto, vai testemunhar um encontro já musicalmente azeitado entre artistas e sonoridades distintas. “A música que Mãe Beth faz influencia a nossa performance musical, assim como o contrário: a música tronxa que Henrique faz, e a minha formação de cantora lírica, e enquanto intérprete de música brasileira, também influenciam a prática vocal de Mãe Beth”, reflete Surama.

“A gente criou o show de uma forma que Mãe Beth experimente harmonias na performance musical dela, porque a prática vocal dela é uma melodia principal seguida de respostas em uníssono, que é característico do coco, enquanto a gente responde abrindo vozes. Além disso, há um saxofone que traz os temas, introduzindo a música”, adianta Surama. “E a gente aprendeu com Mãe Beth a forma musical dela, que é de repetição, com perguntas e respostas, fora desenvoltura com os instrumentos de percussão”, diz a cantora e instrumentista, que, orientada pela mestra, vai tocar ganzá ao vivo, pela primeira vez.

“A partir da fusão entre o coco de umbigada e a música contemporânea de vanguarda pernambucana, esse trabalho plural e inovador mostra que a tradição centenária do coco de umbigada está viva, pois segue se transformando. Somado a novos recursos sonoros, o ritmo ganha uma nova linguagem estética, que dialoga diretamente com as experiências sonoras tecnológicas das novas gerações, que são fundamentais para atrair os jovens pernambucanos a dar continuidade ao ritmo e expandir os seus limites”, conclui Surama, sobre um coco de umbigada avivado por harmonias e instrumentos melódicos.

No repertório do show estão cocos de domínio público e composições dos três com arranjos executados por todos os músicos. O espetáculo se divide em quatro blocos: o primeiro deles, "Sambada Futurista", apresenta composições de coco reformulados a partir de novas estruturas e harmonias, e no segundo, "Afrobeat Olindense", o coco de umbigada ganha arranjos de sopros. No terceiro, vêm as "Músicas Tronxas", com composições de Henrique e Surama. Por fim, o quarto, "Coco Psicodélico", processa o coco a partir de efeitos eletrônicos.

“Quem escuta a música tronxa pode naturalmente ouvir coco, e vice-versa”, afirma Surama, que, além de assinar canções, cantar e tocar percussão, também idealizou o figurino. ‘Música tronxa’ é um conceito criado por Henrique Albino para se referir a sons excepcionais e desafiadores. Diretor musical, compositor e multi-instrumentista do espetáculo, Henrique diz: “A música que nós três fazemos tem muitas interseções. A música que eu faço é contemporânea, mas baseada nas raízes pernambucanas”.

“O que o público vai assistir é uma mistura de todas as coisas. A gente ‘pegou’ o que é feito na família de Mãe Beth - que é de uma forma muito livre, com cada um cantando um tom e do seu jeito -, conseguiu juntar tudo isso com harmonias e montar uma estrutura. A gente conseguiu montar uma nova proposta de música popular pernambucana, uma nova forma de fazer, indo para a sonoridade do coco”, completa Henrique. Além dele, Surama e Mãe Beth, o espetáculo conta, ainda, na percussão, com Mestre Quinho Caetés e Alice Ialodê, respectivamente, companheiro e filha da mestra. A produção é de Iara Campos e a engenharia de áudio, de Márcio Torres.

SERVIÇO
“Surama Ramos e Henrique Albino Convidam Mãe Beth de Oxum”
Onde: Auditório É do Povo, no Cais do Sertão
Quando: Terça-feira (9/12), às 20h
Quanto: Entrada gratuita mediante ingressos, que serão distribuídos 1 hora antes do início do espetáculo

veja também

Marcelo Serrado faz estreia nacional de "Terapia" no Recife

Robertinho de Recife e Rob Endraus lançam Rapsódia de Natal

Terra PE mostra a força do artesanato