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Tempero mineiro à mesa do Louvre

A brasileira Alessandra Montagne foi convidada pelo estrelado Alain Ducasse a participar do time de cinco chefs em ascensão que

vai liderar o seu novo restaurante no museu parisiense, a partir de fevereiro de 2026

TEXTO Álvaro Filho

30 de Dezembro de 2025

A chef brasileira Alessandra Montagne

A chef brasileira Alessandra Montagne

Foto Fábio Pelinson

Alessandra Montagne ainda não portava o imponente sobrenome francês. Era apenas a pequena Alessandra, nascida no Morro do Vidigal, no Rio de Janeiro, criada pelos avós na modesta Poté, em Minas Gerais, incrustada em um vale, longe da capital Belo Horizonte e de tudo, mais longe ainda de Paris, onde hoje vive e é reconhecida como um dos talentos em ascensão no acirradíssimo mundo da gastronomia.

Alessandra não sonhava com estrelas Michelin. Já lhe bastavam as que intensamente brilhavam no firmamento de Poté, onde vivia num pequeno sítio, ladeado pela horta e o milharal que fornecia a ração para alimentar a criação de porcos dos avós e a matéria-prima para o prato que até hoje reina na memória da chef de 48 anos: o angu com quiabo.

“Ainda me lembro do cheiro e do gosto”, confessa Alessandra, paramentada de chef, o jaleco impecavelmente branco. O angu com quiabo é uma espécie de Rosebud de Alessandra Montagne, hoje às voltas com veloutés, sauces e cremoux, mas sempre fiel à marcante gastronomia mineira, alçada a outro nível em suas mãos, o pão de queijo agora na companhia do caviar, o porquinho à pururuca chiquemente rebatizado de poitrine de porc confite.

Em fevereiro de 2026, o nome de Alessandra estará ao lado de outros quatro “novos talentos” da gastronomia mundial que, sob a batuta do ícone franco-monegasco Alain Ducasse e suas 21 estrelas Michelin formam a chamada Geração Ducasse, que comandará a cozinha do mais recente restaurante do Museu do Louvre, ao pé da magistral pirâmide de vidro na entrada principal da atração parisiense.

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