Entrevista

“As histórias de amor não têm fim”

A escritora mineira Conceição Evaristo comenta suas obras e seu processo de produção literária, fala sobre o conceito de escrevivência e de seus aprendizados como mulher negra e educadora

TEXTO Paula Passos

01 de Março de 2023

Foto Dani Dacorso

[ed. 267 | março de 2023]

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É provável que, quando esta entrevista esteja publicada, eu encontre detalhes que gostaria de alterar. A escrita tem disso. E foi com um sentimento parecido que a escritora Conceição Evaristo reescreveu Canção para ninar menino grande e lançou essa nova versão no final de 2022 pela editora Pallas. O romance, publicado pela primeira vez em 2018, conta a história de Fio Jasmin, um funcionário de uma empresa de trens que vive encontros amorosos nas cidades por onde passa. Na infância, não deixaram que ele fosse o príncipe encantado na escola por ser negro. Na vida adulta, passou anos encantando mulheres e deixando-as pelo caminho. 

“Conceição discute com maestria as contradições e complexidades em torno da masculinidade de homens negros e os efeitos nas relações com as mulheres negras. O livro é um mergulho na poética da escrevivência e, ao mesmo tempo, um tributo ao amor sob uma ótica poucas vezes vista na literatura brasileira. Sim, estamos diante de mais um acontecimento literário”, afirmou o escritor Jeferson Tenório sobre Canção para ninar menino grande (2018) na contracapa do livro, que também conta com apreciação de Valter Hugo Mãe, no texto de orelha.

Além deste romance (2018), Conceição Evaristo, que também é professora universitária, publicou os romances Ponciá Vicêncio (2003, 2006, 2017), traduzido para a língua inglesa, e Becos da memória (2006, 2017); veio em seguida Poemas da recordação e outros movimentos (2008, 2017); além dos títulos de contos Insubmissas lágrimas de mulheres (2011, 2016); Olhos d’água (2014) e Histórias de leves enganos e parecenças (2016).

Atualmente, a mineira radicada no Rio de Janeiro escreve quatro novos livros, enquanto leciona na Universidade de São Paulo, organiza um espaço para abrigar suas obras e receber pesquisadores de fora do Rio de Janeiro que se deslocam até a cidade para pesquisar seu trabalho.

Em entrevista à revista Continente, Conceição nos falou sobre seu processo de escrita, as incompletudes que atravessam as relações amorosas, o conceito de escrevivência, sua experiência na educação brasileira, entre outros assuntos.

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