Outra característica fundamental desta edição é o destaque para artistas brasileiros e o intercâmbio entre os países. Hoover explica que o Festival de Circo do Brasil está conectado com outros quatro importantes eventos similares no mundo, com bases em Helsinki (FIN), Montreal (CAN), Toulouse (FR) e Estocolmo (SWE). Todos os espetáculos que integram a grade têm ao menos um artista brasileiro em sua composição. “O ambiente dos festivais tem o poder de acrescentar o intercâmbio entre linguagens, com vivências, cores diferentes. Não é intercâmbio propriamente técnico, e, sim, artístico e cultural”, reforça.
Com o projeto Circus Incubator, em parceria com a La Granieri (FRA) e a União Europeia, o festival espera também contribuir com o fomento do circo contemporâneo em Pernambuco. Do estado, selecionaram três artistas para participarem de trocas de experiências em solo internacional: Euler Kalebe, que esteve na Finlândia e Canadá, e João Lucas Cavalcanti e Vitor Lima, que vão à Suécia em fevereiro.
“No Recife, não tem nenhuma instituição profissionalizante que dê base realmente técnica para trabalhar com o circo. Então, a gente tem tentado assumir o compromisso de aperfeiçoar nossa técnica. Aqui ainda tem uma perspectiva mais tradicional e nós queremos nos adentrar mais na lógica do circo contemporâneo. Por minha formação no teatro e em dança, busco mesclar isso no meu trabalho para construir novas possibilidades como artista”, explica Vitor Lima, que atualmente se aperfeiçoa, junto a João Lucas Cavalcanti, na Escola de Circo de Londrina.
Para Danielle Hoover, possibilitar a apresentação de trabalhos que ampliam a percepção do que é a arte circense é uma contribuição não só para a área, mas também para outras linguagens.“Antes de tudo, estamos falando de arte, e creio que o festival tem conseguido imprimir essa ideia. Temos conseguido extrapolar barreiras, atingindo artistas de dança, teatro, música, que, tocados pelas possibilidades demonstradas nos espetáculos, passam a refletir sobre seus próprios fazeres. Pernambuco não é um polo circense, mas temos conseguido esse envolvimento com as outras artes, que o circo contemporâneo possibilita”, acredita.