Essa propensão foi decisiva para que estudasse Design Gráfico em Medellín, sua cidade natal. Depois dos anos de graduação, foi a Paris por alguns meses e, de lá, em 1999, para a Espanha, onde estudou litografia na Escuela de Artes Llotja. Ela mora no país, desde então. Como profissional freelancer, encontrava tempo para fazer ilustrações para projetos voluntários, majoritariamente para a Colômbia. Os trabalhos desse período receberam a atenção da mídia, e também de contratantes. “Foi quando eu encontrei na ilustração um intermédio entre o design e a arte, no qual eu me senti bastante confortável em trabalhar”, explica.
Designer tem feito padrões de estampas para a marca brasileira Anunciação.
Foto: Divulgação
Aos poucos, com a sua expressão autoral mais forte e conhecida, a vocação comercial de sua produção foi se destacando e companhias passaram a convidar Catalina para produzir linhas assinadas de produtos. Nesse contexto, estão capacetes, guarda-chuvas, material escolar e papéis de paredes – que não necessitam de mais nada para deixar o cômodo extremamente vibrante –, com seus padrões construídos sempre digitalmente (diferentemente dos seus projetos pessoais de arte, que costumam ser feitos com tinta acrílica e aquarela sobre papel e madeira). Atualmente, Catalina está trabalhando em produtos para o Brasil: padrões de roupas para a marca Anunciação, assim como a criação de estampas para acessórios, como maletas, mochilas e cadernos.
Seus desenhos estão em roupas de cama e acessórios. Foto: Divulgação
É notável a importância da harmonia das cores em suas criações – ela conta que passa tanto tempo pensando e aprimorando a composição de cor quanto na composição estrutural de cada imagem. O balanço encontrado transforma seus trabalhos, repletos de informação e detalhes, em obras vívidas e marcantes, sem a sensação de sufocamento que o excesso pode trazer. “Eu acredito fortemente no poder da cor, e em como ela afeta as nossas emoções e humores.” A atenção aos detalhes tem sintonia com o movimento britânico arts & crafts, em que, para ela, destacam-se William Morris e Christopher Dresser. As expressões artísticas populares, definidas por Catalina como repletas de “humildade, força e espontaneidade”, também fazem parte de suas referências essenciais.
Catalina conta que dedica tanto tempo à criação de padrões quanto à harmonização das cores. Foto: Divulgação
O trabalho da designer, realizado em sua casa ou em espaços disponíveis durante suas viagens, é definido por tudo que “toca suas emoções”, independentemente da motivação para que seja produzido. “Quando os projetos são comerciais, eu preciso pensar sobre o cliente e o público, o que querem, suas necessidades – assim todo mundo fica feliz. Nos projetos pessoais, penso apenas no que quero transmitir com a minha arte, não muito em relação ao que querem ver, mas ao que eu quero expressar”, conta. “Geralmente,trabalho em muita coisa ao mesmo tempo, tanto comercial quanto pessoal, e ambos me dão extrema satisfação.”
LAÍS ARAÚJO, estudante de Jornalismo e estagiária da Continente.