Música

“Vórtices Errantes” une poesia e experimentações sonoras no Mamam

Performance para gravação pública do poema homônimo de Ana Gábri, com sonoplastia de Fernando Remígio, dará origem à publicação sonora, prevista para estrear em setembro nas plataformas digitais

08 de Agosto de 2025

Foto Divulgação

No próximo sábado (9), o Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Mamam) recebe Vórtices errantes. Concebida pela artista Ana Gábri, inicialmente como forma alternativa de publicação poética, a obra será registrada ao vivo em uma publicação sonora, convidando o público a acompanhar a gravação da performance que transforma a poesia em experiência sensorial por meio do encontro entre a palavra falada e experimentações acústicas.

Vórtices Errantes é a oralização da palavra a partir da errância sobre o próprio texto, desde diferentes retornos, ênfases, dicções e ritmos. O artista e músico Fernando Remígio acompanha Ana Gábri em performance desde a primeira edição, assinando a sonoplastia entre ruídos, ecos e dissonâncias feitos em uma guitarra tocada de forma não convencional.

Vórtices errantes é a celebração do erro a partir da criação de uma imersão forjada pela linguagem em errância, um jogo metalinguístico com a realidadeficção. Primeiro veio o poema que queria ser publicado em algum formato já diferente, mas em papel, depois entendi que poderia publicar com meu corpo, ou seja, publicar como tornar público em performance. A publicação sonora vai vir da 4ª edição da performance e isso me anima muito”, explica Ana Gábri.

Proposição estética e política, a ideia de uma publicação sonora passa a se articular à chance de maior acessibilidade do compartilhamento de experiência, paralelamente fazendo repensar os modos de circulação da poesia. Ao adotar o som como suporte, Vórtices Errantes intenciona ampliar seu alcance material ao dialogar com a crescente demanda por conteúdos em formato de áudio, tais como audiobooks e podcasts.

Inspirada por práticas experimentais, se projeta em um diálogo com a poesia concreta, se inscrevendo em uma linhagem que atravessa a sound poetry, o dadaísmo, o futurismo, o Fluxus e as peças contemporâneas de arte sonora experimental. A obra busca conjugar presença e experiência pela potência da poesia vocalizada — processo que será exposto e compartilhado com o público durante a gravação pública no Mamam, e que ainda contará com tradução simultânea em Libras.

Vórtices errantes já teve desdobramentos anteriores em espaços culturais independentes como a Casa Lontra, Ateliê Ex-Libris (Edf. Texas) e a Kaza Ruta, no Recife, reunindo públicos diversos das artes literárias, visuais e experimentais. A gravação pública no Mamam marca mais um passo na construção de uma peça híbrida, a tomar corpo em um material gravado e disponibilizado de forma gratuita.

Fruto da pesquisa de Ana Gábri quanto ao erro e do desejo de experimentar formas não convencionais de publicação, o trabalho tem lançamento previsto para a primeira semana de setembro nas principais plataformas de streaming sob o selo independente Edições Marafas.

O projeto conta com incentivo do Governo do Estado de Pernambuco, por meio da Secretaria de Cultura e da FUNDARPE, através do Funcultura – Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura.

SERVIÇO
Gravação pública — Performance Vórtices Errantes
Onde: Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães (Rua da Aurora, 265 - Boa Vista, Recife - PE)
Quando: Sábado (9), a partir das 14h
Quando: Entrada gratuita
Instagram: @edicoesmarafas e @anagabriaires

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