Em show, SaGRAMA celebra 30 anos de carreira
Com Petrúcio, Jessier Quirino, Beto Hortis e composições de sucesso, como as músicas da trilha sonora de “O auto da Compadecida”, grupo pernambucano se apresenta no Teatro Parque, no sábado (16) e no domingo (17)
13 de Agosto de 2025
Foto Hélder Ferrer/Divulgação
Cravar uma música instrumental no imaginário coletivo é um feito dificílimo, mas foi conquistado com maestria pelo SaGRAMA. Dono dos acordes responsáveis por embalar as trapalhadas dos personagens Chicó e João Grilo, de “O auto da Compadecida”, nos cinemas, o grupo pernambucano celebra as três décadas em atividade com duas apresentações do show “SaGRAMA 30 anos: Poesia e Música” no Teatro do Parque, nos dias 16 e 17 de agosto.
O SaGRAMA já tocou com mais de 100 artistas e, para as noites em clima festivo, o grupo contará com as participações especiais de Petrúcio Amorim, Jessier Quirino, Beto Hortis, Sarah Leandro e Laila Campelo, instrumentistas e cantores com os quais nutrem relação de admiração e afeto. Cada um terá um momento com o grupo e, ao fim, todos poderão celebrar juntos ao som de um pot-pourri de composições de Petrúcio.
A força melódica das composições do SaGRAMA são sedimentadas no diálogo musical entre as raízes da música tradicional brasileira e o espírito acadêmico da música erudita. “Nós usamos elementos rítmicos regionais, estudamos as estruturas dessa música e fazemos uma leitura própria, com uma linguagem musical mais elaborada. A gente consegue mesclar instrumentos eruditos, nossas composições têm essa mistura e a formação dos integrantes também”, explica Sérgio Campelo, diretor artístico e idealizador.
O repertório da comemoração organizada por Manuela Vieira, com produção de Carla Navarro, foi escolhido com o cuidado de equilibrar tradição e novidade. Não podem faltar as canções responsáveis por catapultar o grupo nacionalmente em 1999, quando compuseram a trilha sonora original de “O auto da Compadecida” a pedido da produção do filme, que ouviu o primeiro álbum do SaGRAMA, homônimo de 1998, e encomendou outras peças.
As marcantes “Presepada” e “Rói-couro” serão intercaladas a outras faixas dos dez álbuns lançados, com os quais conquistaram fãs, elogios, prêmios e indicações. Haverá peças menos contempladas, como “Mutalambô” e “Tábua de pirulito”, uma homenagem a Luiz Guimarães, o primeiro produtor, e a suíte completa “Aspectos de uma feira”, de Dimas Sedícias, que retrata musicalmente o ambiente vibrante de uma feira típica do interior nordestino. O público ainda terá a oportunidade de ouvir em primeira mão o frevo “Para sempre folião”, composição de Beto Hortis com arranjo de Sérgio Campelo.
Ao todo, foram 10 discos gravados, apresentações na maioria dos estados brasileiros, shows internacionais, prêmios e indicações, como o Prêmio AESO de Cultura Pernambucana, o troféu de Melhor Álbum na categoria Regional do 27º Prêmio da Música Brasileira, com “Cordas, Gonzaga e Afins”, junto a Elba Ramalho” e a indicação ao Grammy Latino 2016, como Melhor Álbum de Música de Raízes Brasileira.
Criado por professores e alunos do Conservatório Pernambucano de Música em agosto de 1995 a partir de uma disciplina de música brasileira erudita de câmara, o grupo inicialmente executava músicas de compositores brasileiros como Chiquinha Gonzaga, Ernesto Nazareth, Villa-Lobos e Radamés Gnattali. A combinação com a música popular ocorreu por influência do compositor Dimas Sedícias, que os estimulou a incorporar folguedos.
O SaGRAMA preza pela formação com três instrumentistas de sopro, três de corda e três de percussão. Atualmente, são dez, com um reforço na percussão: os fundadores Antônio Barreto (marimba, vibrafone e percussão), Cláudio Moura (viola nordestina, violão e arranjos e codireção) e Sérgio Campelo (flauta, arranjos e direção artística), além de Crisóstomo Santos (clarinete e clarone), Ingrid Guerra (flautas), Aristide Rosa (violão), João Pimenta (contrabaixo acústico), Dannielly Yohanna (percussão), Isaac Souza (percussão) e Tarcísio Resende (percussão).
SERVIÇO
Show "SaGRAMA 30 anos: Poesia e música", do SaGRAMA, com participações de Petrúcio Amorim, Jessier Quirino, Beto Hortis, Sarah Leandro e Laila Campelo
Onde: Teatro do Parque (Rua do Hospício, 81, Boa Vista)
Quando: 16, às 19h30, e 17 de agosto, às 17h
Quanto: R$ 120
Informações: www.instagram.com/sagrama.oficial