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[Exposição] “Mutirão”

Obras de arte apresentam a história do Movimento de Cultura Popular (MCP), em mostra aberta ao público a partir desta quinta-feira (16), na Fundaj do Derby

16 de Maio de 2024

Foto Divulgação

Há 60 anos, o golpe civil-militar acabou com o Movimento de Cultura Popular (MCP), ação da Prefeitura do Recife que dava à população pernambucana acesso a atividades de educação e de cultura. A iniciativa do então prefeito Miguel Arraes, que contou com o apoio de intelectuais, educadores, artistas, estudantes e da sociedade civil, agora é tema da exposição Mutirão, promovida e produzida pela Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj).

Com curadoria de Moacir dos Anjos, coordenador-geral do Museu do Homem do Nordeste (Muhne), a mostra ocupa a Galeria Vicente do Rego Monteiro, campus Ulysses Pernambucano da Fundaj, no Derby, com visitação a partir desta quinta-feira (16). “No Recife, em 1960, um grupo heterogêneo de pessoas se juntou com um objetivo comum e principal: combater o analfabetismo que afligia a maioria das crianças e adultos pobres na cidade. Condição que estreitava os futuros possíveis dos mais novos e mantinha os mais velhos presos a empregos mal remunerados, além de impedidos de participar de eleições – à época, somente pessoas alfabetizadas possuíam direito a voto. Uma situação que reproduzia e ampliava desigualdades entre habitantes de um mesmo território”, assinala o curador.

Mutirão reúne mais de 200 itens pertencentes a diversas coleções públicas e privadas, incluindo fotografias, folders, cartazes, documentos, filme, objetos, jornais, livros e obras de artistas de algum modo associados ao MCP, como Abelardo da Hora, Francisco Brennand, Guita Charifker, Maria Carmen e Wilton de Souza. “A exposição apresenta uma história possível do MCP apoiada em fotografias, documentos e trabalhos de artistas que dele faziam parte. Oferece testemunho da construção de um futuro partilhado que, por breve momento, parecia ter chegado. E que, justamente por sugerir que outros arranjos sociais de vida eram possíveis, foi forçado a recuar”, diz o texto curatorial.

Essa história, observa Moacir dos Anjos, atualiza, “no tempo de agora, desejos de escrever a própria vida, que foram frustrados. História que não se pode repetir, mas que inspira a invenção do que é hoje necessário”. A visitação pode ser feita das terças aos domingos e feriados, das 13h às 17h. A programação pública associada à mostra (debates, exibição de filmes) será anunciada em breve. Ao final, será publicado um catálogo.

SERVIÇO
Exposição Mutirão - Movimento de Cultura Popular (1960-1964)
Onde: Galeria Vicente do Rego Monteiro, Campus Ulysses Pernambucano - Rua Henrique Dias, 609, Derby, Recife-PE
Quando: De 16 de maio a 3 novembro de 2024; terça a domingo e feriados, das 13h às 17h
Quanto: Acesso gratuito

 

 

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