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Paul McCartney começa nova turnê brasileira

TEXTO Marcelo Abreu

01 de Dezembro de 2023

Paul McCartney no show de abertura da turnê no Brasil, na capital federal

Paul McCartney no show de abertura da turnê no Brasil, na capital federal

Foto Marcos Hermes/Divulgação

Paul McCartney não cantou Yesterday no show de abertura de sua nova turnê brasileira, a Got Back Tour, quinta-feira à noite, em Brasília. A ausência de uma de suas canções mais conhecidas (e uma das mais regravadas na história da música) pode parecer uma decisão ousada, mas o ex-beatle tem cacife para bancar a ausência: o vasto repertório de outros sucessos acumulados ao longo de 60 anos de carreira.

Além do mais, deixar algumas músicas de fora faz parte da estratégia de sempre mudar um pouco o repertório apresentado em seus shows, abrindo brechas na lista de música tocadas. Desta vez, surgiram momentos como In spite of all the danger, apresentada como a primeiríssima música gravada pelos Beatles, nunca incluída nos discos da banda e somente resgatada nos últimos anos. Mexendo no baú de seis décadas, novas preciosidades vão surgindo para dar às apresentações um caráter renovado.

O músico se apresentou com a banda que o acompanha há mais de 15 anos
Foto: Marcos Hermes/Divulgação 

Os números do show apresentado no estádio Mané Garrincha foram, como quase sempre, superlativos: lotação esgotada de 55 mil pessoas, duas horas e 38 minutos de duração, com Paul McCartney, aos 81 anos de idade, em cena o tempo todo, sem parar para tomar uma água, cantando e tocando baixo, guitarra, violão, ukelele, mandolim e piano.

Esta vinda de McCartney ao Brasil, pela nova vez, promete bater vários recordes. Pela primeira vez ele fará shows em cinco cidades e também um número inédito de apresentações (oito), encerrando a turnê no Maracanã – onde, em 1990, fez dois shows com recorde de público.

Paul volta ao país com a banda que o acompanha há pelo menos 15 anos: Rusty Anderson na guitarra, Brian Ray no baixo e guitarras, Abe Laboriel Jr. na bateria e Paul ‘Wix’ Wickens nos teclados. Desta vez, foi acrescentada uma seção de sopro que dá um colorido especial a músicas como Got to get you into my life: Mike Davis, no trompete, Kenji Fenton, no saxofone, e Paul Burton no trombone


Fãs do ex-beatle vieram de outras partes do país para assistir ao show
Foto: Marcos Hermes/Divulgação 

Entre as 38 músicas apresentadas, estão algumas da fase mais recente, como New e Fuh you e My Valentine; sucessos da fase dos Wings, como Junior’s farm e Let’ em in. E, claro, preciosidades da fase dos Beatles entre as quais as principais atrações são as que a banda nunca tocou ao vivo, já que foram lançadas depois de 1966, quando já havia deixado de fazer shows. Nessa categoria, entram Getting better e For the benefit of Mr. Kite (ambas do disco Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band).

Mas é claro que o que incendeia mesmo a multidão são as músicas mais repetidas nas turnês, como Let it be, Hey, Jude e a explosiva Live and let die, com suas explosões e efeitos especiais. São músicas perfeitas para o público de estádios, que vê os músicos a grande distância e precisam de efeitos grandiosos para se sentirem incluídos na festa.

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