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Morre a cineasta Joyce Prado aos 38 anos

Premiada diretora, roteirista e fundadora da Oxalá Produções realizou filmes, séries e videoclipes, alguns deles para a cantora Luedji Luna

11 de Dezembro de 2025

Foto Divulgação/Apan

A Associação de Profissionais do Audiovisual Negro informa o falecimento de Joyce Prado, diretora, roteirista e fundadora da Oxalá Produções, produtora dedicada à criação de conteúdos sobre a cultura e as comunidades afro-brasileiras e afro-diaspóricas. "Joyce foi uma das cineastas mais atuantes e premiadas de sua geração, referência incontornável na construção de narrativas negras no audiovisual brasileiro contemporâneo", escreveu a associação.

Reconhecida nacional e internacionalmente, Joyce recebeu o prêmio do 44º Festival Internacional de Cinema de São Paulo por seu primeiro longa-metragem, Chico Rei Entre Nós (2020). Também foi premiada no Music Video Festival Awards (MVF, 2020) e no Women’s Music Event (2018, 2021, 2024) por sua parceria artística com a cantora Luedji Luna, que rendeu clipes marcantes como 3 MariasBom Mesmo é Estar Debaixo D’Água e Banho de Folhas.

No audiovisual, escreveu, dirigiu e participou de obras de grande relevância, como a série The Beat Diáspora (2023), do YouTube Originals, e Ancestralidades (2023), exibida no canal Arte 1. Como produtora executiva, esteve à frente das séries Memórias em Bronze, realizada para a Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, e Nós, Mulheres (2025), produzida para o canal SescTV, ambas assinadas pela Oxalá Produções.

No cinema, produziu o longa documental Flores de Baobá (2016), vencedor do prêmio do público de melhor filme no Black Star Film Festival e exibido em festivais no Brasil e nos Estados Unidos.

Joyce participou de laboratórios e iniciativas formativas importantes no Brasil, América do Sul e Europa, incluindo: BrLab (Brasil), Rotterdam Lab (Holanda), Ventana Sur – Proyecta (Argentina), Up Coming Producers – TorinoFilmLab (Itália), Sanfic Lab Documental (Chile) e FEST – New Directors/New Films Festival (Portugal).

"Além de seu trabalho artístico, Joyce foi membro fundador da Associação de Profissionais Negros do Audiovisual (APAN) e atuou ativamente em iniciativas ligadas à reparação histórica da população negra no Brasil e na diáspora deixando uma contribuição inestimável para o cinema, para a cultura e para a luta coletiva por memória, representação e justiça racial. A APAN reforça seu compromisso em honrar a trajetória, o legado e a importância histórica de Joyce Prado para o audiovisual brasileiro", afirma a nota.

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