Assim como os anteriores Heathen e Reality, produzidos por Bowie e seu antigo colaborador Tony Visconti (inclusive produtor de Heroes), The Next day traz um bom punhado de ótimas composições entre suas 17 faixas, como a frank blackiana Valentine’s Day, a tom waitsiana Dirty boys, Where are we now? e I’d rather be high – na qual se pode notar que sua voz marcante ainda se mantém em boa forma, apesar do peso da idade (66 anos). Ou seja, mais uma vez, David Bowie confirma que, se não está à frente do seu tempo, também não está atrás. E por isto continua a encher seus fãs de orgulho.
No entanto, ele não pode esquecer que, de acordo com o novo momento da indústria fonográfica, um artista não lucra mais tanto com a vendagem de discos e, sim, com a realização de espetáculos. E aí é que entra a questão: o cantor voltará às turnês? A dúvida paira no ar, porque desde que teve um enfarte na reta final da Reality Tour, ficou com stage fright (pavor de palco). Pessoas ligadas a ele, desde sua esposa Íman até músicos que tocaram em The next day, dão versões diferentes sobre essa possibilidade de shows. Vamos esperar pela decisão do herói inglês.
DÉBORA NASCIMENTO, repórter especial da revista Continente.