Últimos dias de Cosmo/Chão na Oficina Francisco Brennand
Mostra coletiva, com curadoria de Germano Dushá e Gleyce Kelly Heitor, reúne 90 obras nomes importantes da arte contemporânea brasileira em sintonia com a criação de Francisco Brennand
26 de Agosto de 2025
Foto Beto Figueirôa/Divulgação
Em cartaz desde novembro de 2024, a exposição coletiva "Cosmo/Chão" permanece aberta ao público até o dia 7 de setembro, na Oficina Francisco Brennand. Com curadoria de Germano Dushá e Gleyce Kelly Heitor, a mostra reúne cerca de 90 obras assinadas por 14 artistas (além de Francisco Brennand) vindos de oito estados brasileiros, pertencentes a diferentes contextos, gerações e poéticas. As obras ocupam tanto o espaço expositivo da Accademia quanto áreas externas do museu-ateliê, como um dos jardins e o emblemático Lago das Sombras, na entrada da instituição.
Com foco na prática escultórica — em suas expressões ancestrais e contemporâneas —, Cosmo/Chão desafia os limites da escultura tradicional, transformando-a em um meio para a imaginação e a transcendência. A mostra se enraíza nas trajetórias pessoais e nas experiências subjetivas de cada artista, que trazem consigo as marcas históricas, sociais e materiais dos territórios que habitam e os atravessam.
A exposição reúne nomes importantes da arte contemporânea brasileira, muitos dos quais expõem pela primeira vez tanto na Oficina Francisco Brennand, e em alguns casos, na própria capital pernambucana. A coletiva é formada por Advânio Lessa (MG), Aislan Pankararu (PE), Castiel Vitorino Brasileiro (ES), Celeida Tostes (RJ, 1929-1995), Ceramistas de Itamatatiua (MA), Conceição dos Bugres (RS/MS, 1914-1984), Cristiano Lenhardt (RS/PE), Christina Machado (PA/PE), davi de jesus do nascimento (MG), Josi (MG), Mestre Guarany (BA, 1884-1985), Thiago Martins de Melo (MA), Tiago Amorim (PE) e Solange Pessoa (MG), que compõem a mostra ao lado de Francisco Brennand (PE, 1927-2019), formando um conjunto que explora temas como identidade, espiritualidade, memória e território.
Em relação à escolha desses artistas, a curadora Gleyce Kelly Heitor explica: “Queríamos artistas que trouxessem novas perspectivas, tanto formais quanto conceituais, de modo a ampliar as possíveis interpretações do público sobre o que esse território representa — tanto fisicamente quanto no imaginário cultural. Além disso, essa pluralidade de vozes artísticas possibilita a criação de novos diálogos culturais, tensionando e expandindo a identidade da Oficina ao propor novas leituras e atravessamentos simbólicos”.
“Para falar de conceitos tão amplos, é natural ter um grupo plural. A diferença está no próprio enraizamento e nas trajetórias e experiências subjetivas de cada um. Cada artista traz consigo a carga histórica, social e material dos lugares que habita e lhe atravessam. Naturalmente, isso traz uma diversidade de ideias, formas e materialidades", acrescenta o curador Germano Dushá.
Estabelecer conexões com a obra de Francisco Brennand é o ponto de partida da mostra, bem como uma pauta atual do museu. Cosmo/Chão revisita o legado do artista pernambucano ao propor novas interpretações de território e escultura, sugerindo que o espaço idealizado por Brennand continua vivo e a evoluir, incorporando as perspectivas de novos artistas e ampliando os significados que já estavam latentes em sua obra.
"Essa mostra é uma oportunidade de enxergarmos e sentirmos as energias que rondam essas criações escultóricas, seja na cerâmica ou em outros materiais, e que também estão presentes na Oficina, na obra de Brennand. Criando um diálogo que não é só harmônico, mas de ruptura e de embate. A arte possibilita isso e o encontro da arte contemporânea com acervos é o que vejo hoje como uma das coisas mais potentes nas programações dos museus brasileiros. Nossa tarefa tem sido abrir as portas para essas conversas e aprofundar essa tendência tão necessária à história do país e sua arte”, pontua Olívia Mindêlo, gerente artística da Oficina Francisco Brennand e coordenadora geral da exposição.
SERVIÇO
"Cosmo/Chão" - Últimos dias em exibição na Oficina Francisco Brennand
Onde: Propriedade Santos Cosme e Damião - R. Diogo de Vasconcelos, S/N – Várzea
Quando: Até dia 7 de setembro, das 9h às 17h (bilheteria aberta até às 16h)
Quanto: R$ 50 e R$ 25 (meia); residentes em Pernambuco R$ 40 e R$ 20 (meia). Gratuidade para crianças até 5 anos, professores e alunos da Rede Pública, funcionários de museus e guias de turismo
Informações: (81) 2011-5466