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Octávio Santiago lança livro sobre preconceito contra nordestinos

"Só sei que foi assim: a trama do preconceito contra o povo do Nordeste", que denuncia e analisa as raízes do imaginário contra a região, será lançado nesta sexta (18), na Fenearte

18 de Julho de 2025

Foto Divulgação

Quando o Nordeste passou a ser retratado como sinônimo de atraso, miséria e ignorância? E por que essa imagem ainda marca o imaginário nacional? Essas são algumas das perguntas analisadas em Só sei que foi assim: a trama do preconceito contra o povo do Nordeste, livro do jornalista e pesquisador Octávio Santiago, publicado pela Autêntica Editora. O lançamento em Pernambuco acontece nesta sexta-feira (18), às 19h, em Olinda, dentro da programação da Fenearte, a Feira Nacional de Negócios do Artesanato, no espaço Conversas Instigantes. O autor participa de um bate-papo com o jornalista Márcio Bastos, seguido de sessão de autógrafos.

Resultado de sua pesquisa de doutorado na Universidade do Minho, em Portugal, a obra traça um percurso histórico, político e cultural sobre como se construiu e se mantém uma imagem estigmatizada do povo nordestino. Com linguagem acessível e análise rigorosa, o livro tem sido amplamente bem-recebido por leitores e formadores de opinião, a ponto de chegar à segunda tiragem em menos de 30 dias após o lançamento nacional.

A estrutura da publicação se inspira na dramaturgia clássica, dividida em cinco atos que abordam os pilares do preconceito: desigualdades estruturais, racialização, monotematização (seca, fanatismo, violência), oposição e interesses regionais, e estereótipos físicos e culturais. Ao longo da narrativa, Octávio articula fatos históricos, discursos midiáticos e referências artísticas para desmontar ideias cristalizadas sobre o Nordeste e propor um novo espelho para olhar o Brasil.

Dentre os destaques da públicação, o autor propõe o conceito de “Complexo de Macabéa”, em referência à personagem de Clarice Lispector em A hora da estrela, como símbolo do apagamento identitário imposto à população nordestina. O autor também analisa episódios emblemáticos, como a repercussão de representações contemporâneas e o infame caso do "homem gabiru”, matéria da Folha de S. Paulo em 1991 que comparava nordestinos pobres a uma “nova espécie humana”.

Outro ponto relevante da obra é o registro da recente decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que passou a reconhecer injúrias contra nordestinos como crime de racismo, marco jurídico que reforça o papel do livro no debate público contemporâneo.

SERVIÇO
Lançamento de Só sei que foi assim: a trama do preconceito contra o povo do Nordeste, livro do jornalista e pesquisador Octávio Santiago
Onde: Fenearte
Quando: Sexta-feira (18), às 19h
Quanto: Acesso à Fenearte

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