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Exposição transforma histórias de vida em cordel e xilogravura

"Vidas em Cordel" chega, nesta sexta-feira (16), ao Cais do Sertão, com obras inéditas sobre Paulo Freire e nomes locais, cocriadas por pernambucanos, oficina e cabine interativa para visitantes

13 de Agosto de 2025

Foto Divulgação

A exposição Vidas em Cordel chega ao Recife, no Cais do Sertão, após percorrer cinco estados e atrair mais de 80 mil visitantes presencialmente e outros 190 mil online. Promovida pelo Museu da Pessoa, a mostra costura a literatura popular ao ofício da xilogravura para retratar, em versos e imagens, indivíduos célebres ou anônimos cujas trajetórias incríveis ressoam e dignificam a pluralidade da cultura, do pensamento e do modo de ser do brasileiro. As obras ocupam a sala Todo Gonzaga, no 2ª andar do centro cultural situado no Bairro do Recife, a partir da sexa-feira (15) e ficam acessíveis ao público gratuitamente até 15 de dezembro, com visitas das 10h às 16h (terça a sexta) e das 11h às 17h (sábados e domingos).

Os novos cordéis transformaram histórias reais do acervo do Museu da Pessoa em painéis de cordel, revelando memórias e narrativas de forma poética e visual. A edição sediada em Pernambuco mantém a tônica de incorporar nomes locais ao conjunto de histórias retratadas e adiciona à exposição quatro expoentes do estado: o educador e patrono da educação brasileira, Paulo Freire (1921-1997), o músico, poeta, compositor, cantor e escultor Di Melo, o Imorrível; a coquista e patrimônio vivo Ana Lúcia do Coco e uma das principais responsáveis pela preservação e difusão dos cordéis no Brasil, a editora Aninha Ferraz, da editora e produtora cultural Coqueiro.

O quarteto tem histórias de vida transformadas em cordel pelas palavras de um grupo de artistas com relevo junto à literatura popular: os pernambucanos Jorge Filó, poeta, Susana Morais, cordelista, e Isabelly Moreira, poetisa - trinca acompanhada pelo professor Marco Haurélio e o contador de histórias e escritor Jonas Samaúma, ambos do trio de curadores da mostra. As xilogravuras são assinadas pela artesã Maria Edna da Silva, oficineira Catarina Dantas, pelo artista plástico e ícone dos quadrinhos Jô Oliveira e pelo multiartista Valdeck de Garanhuns, todos do estado, além da xilogravadora, pesquisadora em cultura popular e curadora da exposição Lucélia Borges. O time de artistas locais se junta a dezena de colegas de outros pontos do país integrados à exposição em dois anos de itinerância - completados agora, com a edição em Pernambuco.

A exposição também abarca uma oficina aberta ao público, “História Gravada”, no sábado (16), das 13h às 16h, ministrada por Lucélia Borges. A atividade propõe uma introdução à técnica milenar de criação e reprodução de imagem na madeira - a xilogravura -, com foco na imagética dos contos da tradição oral e elementos que dialogam com o imaginário presente nas histórias de vidas da exposição. Serão trabalhados aspectos da história da xilo, manuseio das ferramentas e processo criativo. Voltada para o público em geral, a partir dos 14 anos de idade, com inscrições por formulário disponibilizado na bilheteria do Cais.

“Vidas em cordel” apresenta as histórias em grandes painéis ilustrados pelas xilogravuras acompanhadas de minibiografias e textos sobre a arte do cordel. A exposição tem distribuição gratuita de cordéis, oferece QR Codes com propostas interativas, reserva espaço “instagramável” para postagem de fotos nas redes sociais e conta com cabine de gravação para registro das histórias dos visitantes - instantaneamente integradas ao acervo do Museu da Pessoa. Quem ceder a própria narrativa recebe cartela de adesivos automáticos e um cartaz exclusivo. A programação distribuída em quatro meses engloba atividades educativas e culturais, visitas-guiadas, aulas-espetáculo, apresentações musicais e ações destinadas a cativar o público junto às histórias e às linguagens artísticas envolvidas.

A mostra já passou por Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro e, agora, desembarca em Pernambuco. As obras expostas presencialmente também podem ser acessadas ao lado de conteúdos exclusivos pela internet - pelo endereço memo.museudapessoa.org/vidas-em-cordel. A página disponibiliza informações complementares sobre os personagens retratados e proporciona uma experiência de contemplação distinta.

Na internet é possível fazer o download gratuito do livreto “Vidas em Cordel para Educadores”, material educativo para subsidiar atividades pedagógicas de professores sobre as histórias de vida dos brasileiros e da literatura de cordel. O site também mantém uma conexão com as redes sociais para permitir a visualização de postagens de visitantes da exposição e contém uma playlist selecionada pelos curadores - além de informações sobre a itinerância da mostra pelo Brasil. Pernambuco também está contemplado com a narração de um podcast pelo escritor recifense Marcelino Freire e pelo poeta cearense Klévisson Viana de histórias cordelizadas pela exposição. “Vidas em Cordel” conta com patrocínio oficial da Petrobras.

A Programação Cultural do Museu da Pessoa é viabilizada pelo Programa Nacional de Apoio à Cultura, por meio do Ministério da Cultura, com patrocínio oficial da Petrobras e patrocínio do Mercado Livre e 3M. As ações ainda contam com apoio financeiro do BNDES e parceria do Museu Nacional dos Povos Indígenas, da Funai, e do Centro Cultural Cais do Sertão, equipamento do Governo de Pernambuco, gerido pela Secretaria de Turismo e Lazer, via Empetur.

SERVIÇO
“Vidas em Cordel”, do Museu da Pessoa
Onde: Centro Cultural Cais do Sertão (Avenida Alfredo Lisboa, s/n, Recife Antigo)
Quando: de 15 de agosto* a 15 de dezembro, com visitação das 10h às 16h (de terça a sexta) e das 11h às 17h (sábados e domingos)
*lançamento é às 14h do dia 15 e aberto ao público
Onde: Centro Cultural Cais do Sertão (Avenida Alfredo Lisboa, s/n, Recife Antigo)
Quanto: Acesso gratuito

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