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Exposição póstuma de Humberto Magno

Mostra será inaugurada com 25 obras nesta quinta-feira (30), às 18h, no Museu Regional de Olinda

30 de Janeiro de 2025

Obras inéditas em isopor refletem a perenidade do material

Obras inéditas em isopor refletem a perenidade do material

Foto Divulgação

A partir de isopores coletados nas ruas do Recife, o artista Humberto Magno desenvolveu peças que somente agora, após quatro anos de seu falecimento, serão exibidas na exposição Artista-Reincidente Humberto Magno: Vestígios de Estranha Civilização. As 25 obras poderão ser vistas a partir desta quinta-feira (30), às 18h, no Museu Regional de Olinda.

Até então, algo de sua criação em isopor fora apresentado apenas em 2015, na mostra Permanência da Arte, realizada na casa do artista Luciano Pinheiro, em Olinda. À época, Pinheiro ressaltou que o amigo tinha “mania de se esconder, de não mostrar muito do seu trabalho”, como registrou José Cláudio em texto publicado na Continente.

A produção artística de Humberto Magno não ganhava exposição desde 2019, quando ocupou parte da Arte Plural Galeria, na mostra Vidas Paralelas, Olhares Dissonantes, junto com obras de Jairo Arcoverde, sob curadoria de Raul Córdula. De Magno, os visitantes viram pinturas com guache sobre papel. “Eu tinha muita vergonha de mostrar as coisas que fazia. Hoje eu relaxo, vejo com interesse”, disse, à época, ao Jornal do Commercio.

A mostra de agora acontece dentro do circuito de exposições que comemora os 40 anos do Ateliê Iza do Amparo, que Humberto fundou junto à artista com quem foi casado e teve dois filhos, os também artistas Paulo do Amparo e Catarina Dee Jah. O circuito Da Casa-Ateliê de Artistas-Etcétera ao Agora: Duas Gerações, Quatro Desdobramentos tem incentivo do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura — Funcultura, do Governo do Estado.

Curadora da exposição, Ana Gabriella Aires fez um trabalho de resgate e pesquisa da obra de Humberto Magno junto a Paulo do Amparo, filho do artista. Ela reflete sobre tempo e matéria na experimentação com isopor: “Tendo iniciado a relação com o isopor no início dos anos 90, o artista investiu na inusitada relação com esse material tão efêmero, sem valor comercial, e que impressiona, mesmo enquanto peça de arte, ter resistido, mesmo que, ironicamente, o isopor seja percebido por sua demora em se decompor na natureza”.

Nascido em Garanhuns, além de pintor, Humberto Magno era urbanista. Formou-se em Salvador, onde começou a trabalhar com pintura e produção de murais. Chegou a Olinda juntamente com Iza do Amparo e fundaram juntos, em 1981, na rua do Amparo, a casa-ateliê, em um momento efervescente da cena das artes plásticas pernambucana, especialmente, no Sítio Histórico de Olinda, onde estavam estabelecidos dezenas de ateliês.

Iza do Amparo e Humberto Magno, ao lado de Rodolfo Mesquita, Ismael Caldas, Jairo Arcoverde, Ney Quadros, Roberto Amorim, Anchises Azevedo, Montez Magno, eram participantes de um grupo (não um coletivo) que, nas palavras do curador Raul Córdula, "contestaram o status quo da elite da arte no Recife, naquele momento".

SERVIÇO
Artista-Reincidente Humberto Magno: Vestígios de Estranha Civilização
Onde: Museu Regional de Olinda (Rua do Amparo, 128, Sítio Histórico de Olinda)
Quando: Quinta-feira (30) de janeiro, das 18h às 21h, das 18h às 21h. Visitação: até 22/02 — de terça a domingo, das 10h às 16h; com monitoria de quinta a domingo, das 14h às 16h

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