Cordel do Fogo Encantado no Mimo
Com a formação clássica, mítica banda de Arcoverde apresenta o show "Palavras para colorir o céu", nesta sexta-feira (12), no festival em Olinda
12 de Setembro de 2025
Foto José de Holanda/Divulgação
O Cordel do Fogo Encantado se apresenta no palco do Mimo, nesta sexta-feira (12). Com a formação clássica, José Paes de Lira (voz e poesia), Clayton Barros (violão), Emerson Calado (bateria), Rafa Almeida e Nego Henrique (tambores), grupo garante a identidade poética e sonora de sempre, com novas investigações sobre a materialidade da palavra, suas texturas e cores, no show Palavras para Colorir o Céu.
Com a mesma força cênica e musical, os músicos José Paes de Lira (voz e poesia), Clayton Barros (violão), Emerson Calado (bateria), Rafa Almeida e Nego Henrique (tambores) estreia agora sua terceira temporada nos palcos, desde os primeiros espetáculos, ainda teatrais, no árido e também muito fértil solo de Arcoverde, cidade do sertão pernambucano, onde o grupo brotou, no final da década de 1990.
Investido do compromisso com a poética e a música nordestinas e as inovações sonoras do mundo, o Cordel volta com novidades: das estéticas às investigações sonoras, dos versos, vontades e esperanças musicais ao uso cênico e sensível da palavra como forma, cor e luz, inspiração e projeção.
Cada vez mais interessados nas reflexões sobre os diálogos entre luz e som, poesia e desenho, forma e conteúdo, Lira e seus parceiros de Cordel subirão de novo aos palcos com a missão de fazer da palavra a célula musical e criativa a partir da qual o organismo inteiro da banda se expressa e movimenta para celebrar e percorrer os novos caminhos que começam agora. “Usaremos muitas palavras nas projeções, que revelam e confirmam, na verdade, nosso compromisso de sempre com a literatura. Está no nome da banda: Cordel. Por isso assumimos e mergulhamos nessa investigação. Voltamos fazendo esse forte estudo com as palavras, sua forma e materialidade, textura e cor. O nome do show veio daí.”, afirma o cantor e compositor.
Para matar as saudades de seus públicos e dos palcos do Mimo, o Cordel anuncia um repertório aclamado, com mais de 20 músicas, entre novidades e grandes sucessos, como “Stanley”, “Pra Cima Deles” e o hino sertanejo “Chover”. “Vamos trazer músicas desde o primeiro disco, passar por todos eles. Mas o foco agora é uma nova história, uma nova narrativa, que vai servir de fábrica para um futuro disco da banda. A gente sempre usou o palco e a relação com o público para construir novos capítulos. Sempre foi no palco que a gente amadureceu”, avisa Lirinha, que vem se despedindo aos poucos dos diminutivos da estreia para assumir a nova alcunha de Lira, na qual se acomodam com a devida folga os novos caminhos artísticos do poeta e músico inquieto e incansável.
“Muitas vezes, chegamos a levar músicas inacabadas para o palco. E, a partir do encontro com o palco e com o público, no processo do espetáculo, é que elas foram sendo germinadas e terminadas”, conta. Neste retorno, avisa, a banda chega com duas músicas novas “e prontas”, novas poesias e muita vontade de escrever os novos capítulos do Cordel com a ajuda do público.
E, como nunca foi de andar só, a banda confirma a participação de Maria Flor. “Sempre sentimos necessidade de assegurar vozes femininas ao Cordel. É importante no sentido harmônico, para a interpretação das músicas. Na verdade, é fundamental em todo e qualquer sentido. Virou uma característica da gente, desde 2018. Para ‘Viagem ao Coração do Sol’, chamamos Isadora Mello. ‘Água do Tempo’, fizemos com Gabi da Pele Preta. Dividir os microfones da retomada com Maria Flor é um ótimo presságio”, celebra Lira.
Ele garante ainda que a banda manterá pés, planos e acordes fincados nas raízes que sustentam o chão da longa caminhada do grupo. “O Cordel sempre teve e seguirá tendo como característica espetáculos que ocupam a zona fronteiriça entre o teatro, a música e a poesia. Temos um projeto de iluminação, um estudo de luz, que, desde a origem, a gente aprofunda com o mesmo parceiro, que é Jathyles Miranda, praticamente um integrante da banda. Outro foco inegociável são as projeções, também aos cuidados de um parceiro cativo: Gabriel Furtado, que seguirá assegurando novas materialidades ao nosso som.”