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Alessandra Negrini no Teatro do Parque

Com texto de Silvia Gomez e direção de Ester Laccava, atriz apresenta seu primeiro solo teatral, no Recife, na sexta-feira (16) e no sábado (17), às 20h

13 de Maio de 2025

Foto Priscila Prade/Divulgação

Em seu primeiro solo, A Árvore, a atriz Alessandra Negrini dá voz a uma mulher em processo de reflexão depois de ganhar uma pequena planta e ver-se sozinha com ela em seu apartamento. Com dramaturgia de Silvia Gomez e direção de Ester Laccava, o espetáculo será encenado no Teatro do Parque, na sexta-feira (16) e sábado (17), às 20h.

Em cena, Alessandra Negrini dá vida à personagem A., que, sozinha em seu apartamento, dirige-se a um interlocutor não identificado para fazer o relato de uma viagem interior iniciada quando ela ganha uma pequena planta de uma vizinha. Certo dia, ao tentar limpar sua estante, A. se vê presa à planta por um fio de cabelo e submerge em um estranho processo, no qual observa seu corpo transformar-se lentamente em algo que desconhece. Despedindo-se de sua forma humana, tomada de novas sensações e percepções, A. ora narra fatos de seu cotidiano, ora se entrega a reflexões diversas, que transitam entre o lírico e o cômico.

A peça estreou durante a pandemia de forma online e, depois, virou um longa-metragem que está sendo distribuído pela O2 Filmes. O espetáculo foi convidado para participar do Festival Mujeres en Escena por La Paz, na Colômbia, em 2021, e também fez parte da programação da MOBR em Portugal e da Mostra Internacional de Teatro - MIT-SP. Também em 2021, o texto da peça foi publicado pela Editora Cobogó. Em 2024, foi apresentado no Encuentro Internacional de Artes Escénicas Expandidas Yvyrasacha, em La Paz, Bolívia, e lido no Encuentro Iberoamericano de Dramaturgia, no evento Punto Cadeneta Punto, organizado por Umbral Teatro em Bogotá, Colômbia.

De acordo com a atriz, a peça é composta por muitas camadas dramatúrgicas. “A Árvore é um relato. Um relato de amor. A personagem A. nos conta a sua história, a sua aventura mais íntima e nos oferece o testemunho de ver o seu corpo se transformando em algo outro. As angústias e as alegrias dessa viagem viram palavras e imagens potentes que ela mesma cria. É uma escrita performática, uma página, uma peça, uma narrativa dessa metáfora de virar algo que não é mais si mesmo. A ideia de virar uma árvore lhe parece bela e necessária e não há mais como escapar”, comenta.

Com produção de  Alessandra Negrini e Gabriel Fontes Paiva, A Árvore também é o primeiro monólogo escrito por Silvia Gomez, que teve sua inspiração para criar a personagem a partir de uma imagem. “Um dia, regando uma planta na estante, vi um fio do meu cabelo preso a ela. Pedi para meu filho fotografar e transformei o episódio em textos. Nesta peça, ele disparou a cena da metamorfose, elaborando a sensação de certa forma delirante de ter sido agarrada por aquela planta, como se ela tivesse algo a dizer”, revela.

Outra inspiração para a criação do texto veio de livros como “Revolução das plantas”, do biólogo Stefano Mancuso. Para a autora, a peça faz questionamentos sobre nossa relação de amor e ruínas com a natureza e nosso planeta. “Mancuso fala sobre adotar a metáfora das plantas para pensar nosso futuro coletivo. Olhar para elas como forma de buscar novas perguntas – e respostas – para essa relação em vias de esgotamento”, acrescenta.

SERVIÇO
A Árvore, de Silvia Gomez
Onde: Teatro do Parque (Rua do Hospício, 81, Boa Vista)
Quando: Sexta-feira (16) e sábado (17), às 20h
Quanto:
Ingressos de R$ 25 a R$ 100
Classificação: 14 anos
Duração: 70 minutos
Acessibilidade: Teatro acessível a cadeirantes e pessoas com mobilidade reduzida

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