FOTOGRAFIAS E ILUSTRAÇÕES MATHEUS MELO
02 de Maio de 2022
Foto e ilustração Matheus Melo
[ed. 257 | maio de 2022]
“Neymar comprou o quê, por quanto?” Foi assim que a maioria dos brasileiros ficou sabendo da existência de NFTs. No início do ano 2022, o jogador brasileiro do Paris Saint-Germain ganhou manchetes em todo o mundo ao divulgar que havia gasto aproximadamente R$ 6 milhões em dois cartuns de macaquinhos entediados, cuja única utilidade, aparentemente, é a possibilidade de servirem como imagem de perfil nas redes sociais. É claro que dinheiro não é um problema para o atleta, mas, para a maioria das pessoas, pareceu um exagero de ostentação gastar tanto apenas para mudar a foto de perfil.
Na verdade, o que Neymar comprou foram dois NFTs vinculados a artes da coleção Bored Ape Yacht Club (BAYC). O primeiro, intitulado BAYC #6633, custou cerca de 517 mil dólares, ou R$ 2,7 milhões, enquanto o segundo, BAYC #5269, foi comprado por 613 mil dólares, ou R$ 3,29 milhões. Ao fazê-lo, entrou em um seleto grupo de milionários e celebridades, como Paris Hilton, Serena Williams, Justin Bieber, Eminem, Gwyneth Paltrow, Snoop Dogg e Jimmy Fallon, que possuem peças da coleção.
Nos últimos anos, notícias sobre o aumento exponencial nos valores de criptomoedas, em especial a bitcoin, cativaram o imaginário popular, que aguarda ansiosamente pela nova chance de enriquecimento fácil através do próximo “cripto-qualquer-coisa”. A promessa da vez são os NFTs. Recentes leilões de NFTs movimentaram muito dinheiro, popularizando o termo, mesmo que a maioria das pessoas ainda não entenda bem do que se trata. O que é um NFT, afinal? A “nova bitcoin”? Uma forma de arte? Uma nova mídia? Um canal de venda para a arte digital? Ou apenas um esquema de pirâmide digital? Como todas as inovações, tem potencial para ser inúmeras coisas, porém, em si, é bem mais simples do que isso.
Venda avulsa na loja da Cepe Editora e nas bancas.