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Sempre foi a música: a paixão segundo Fábio Passadisco

Dono de uma das mais emblemáticas lojas de discos do Recife, desde pequeno Fábio Cabral foi cultivando o gosto pela linguagem que faz dele figura cativa na cena local

TEXTO LEONARDO VILA NOVA
FOTOS SIDARTA

01 de Fevereiro de 2022

Foto SIDARTA

[conteúdo na íntegra | ed. 254 | fevereiro de 2022]

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Entre a jardinagem e cuidar do funcionamento de um bar, ele escolheu a música. Mas como um apaixonado, um divulgador, um pesquisador, colocando-se num lugar de fomentador do consumo de música. Fábio Cabral – ou, como é mais conhecido, Fábio Passadisco – é figura cativa dentro da cena musical pernambucana, seja pela proximidade e respeitabilidade que tem com vários artistas, construída ao longo dos anos; seja pelo conhecimento que tem sobre esse universo e pela forma apaixonada como vive e compartilha isso; seja pela trincheira de resistência que mantém em tempos de música digital e plataformas de streaming: a loja Passadisco, localizada no Espinheiro, Zona Norte do Recife, é um dos poucos redutos onde ainda se pode comprar CDs e vinis nesta cidade.

É impossível conversar com Fábio e a música não tomar conta da prosa. “Ela está presente em tudo, na vida de todo mundo”. Ele vive isso, respira isso. Em diversas passagens da sua vida, a música sempre esteve presente, costurando situações, impulsionando decisões e estabelecendo vínculos de sociabilidade. Ao falar de si e do que viveu, ele fala dela.

Agrônomo por formação, Fábio Cabral veio ao mundo em 21 de fevereiro de 1963, uma quinta-feira pré-carnavalesca, na cidade de Palmares – isso porque no município de Joaquim Nabuco, onde vivia sua família, não havia maternidade. É o quinto dos seis filhos do casal  Fernando e Maria da Graça (Gracinha) – ela, dona de casa; ele foi gerente da Usina Paraty e prefeito de Joaquim Nabuco. Casado há 32 anos com a psicóloga Maria Auxiliadora (Cila), Fábio é pai de um casal: Marina, que é gastrônoma, e Jader, músico e cantor, vocalista da banda Mulungu, que vem preparando seu primeiro trabalho solo. 

De certa forma, em termos consanguíneos, a música está à sua volta – além do filho Jader, o irmão caçula de Fábio, Felipe Cabral, é produtor e o nome à frente do festival de música Guaiamum Treloso. Mesmo morando numa residência sem aparelho de som ou rádio, os ouvidos do pequeno Fábio – entre seis e sete anos – estavam despertos para duas coisas: o gosto de mãe por cantar enquanto realizava os afazeres domésticos; e o vizinho que tinha uma vitrola e costumava sempre atrair o menino ao ouvir seus discos. “Lá em casa não tinha som, papai não gostava de música. Mas mamãe costumava cantar coisas de Dorival Caymmi, Dalva de Oliveira, frevos de Capiba e Nelson Ferreira, e eu ficava prestando muita atenção naquilo. E no vizinho, onde lembro de ter ouvido Secos & Molhados, coisas do Quinteto Violado”, comenta cantando um trecho da música Beira de estrada, que está no disco Berra boi (1973).

PRIMEIRAS AQUISIÇÕES
Em seu aniversário de 10 anos, Fábio juntou algum dinheirinho que havia ganho e comprou – com a mãe, no Recife – seu primeiro gravador e uma fita K7: Gita, de Raul Seixas. “Eu só ouvia Gita, o dia todo, até a pilha acabar”, conta.

Quando a família mudou-se para o Recife, no final de 1973, o pai de Fábio, que não era afeito à música, deu-se por “vencido”:  “Tem que comprar uma radiola para esse menino”, foram as palavras de Seu Fernando, lembra Fábio. Foi aí que ele ganhou uma Philips e alguns discos da coleção A História da Música Popular Brasileira, que eram encartados quinzenalmente nas bancas de revista. Os primeiros discos foram de canções de Dorival Caymmi e Gilberto Gil. “Lembro-me também de Milton Nascimento, Assis Valente, João Bosco e Aldir Blanc, Luiz Gonzaga.” Fábio conserva parte dessa coleção até hoje. O gosto pela música foi se aprofundando. Os encartes traziam um mundo de informações – ficha técnica das faixas, textos sobre os artistas e as canções –, que chamaram a atenção de Fábio. E o hábito de ler encartes de disco seguiu com ele até hoje. “Eu lia e decorava as fichas técnicas, fazia cruzamentos entre artistas que participavam dos discos uns dos outros. Saía grifando na ficha técnica os nomes de artistas pernambucanos.”

Ao longo dos anos em que foi cevando seu gosto musical, Fábio passa por 1979, que, segundo ele, foi o ano mais marcante na música brasileira. Nesse período, foram lançados os discos que mais fizeram a sua cabeça. Enumerando, ele cita alguns: Ave de prata (Elba Ramalho); O gosto novo da vida (Lula Côrtes); Bicho de 7 cabeças (Geraldo Azevedo); Ednardo (Ednardo); o primeiro do projeto Asas da América (capitaneado por Carlos Fernando e interpretado por vários artistas), Ópera do malandro (Chico Buarque) etc. 

JOÃO CABRAL DE MELO NETO
Na música Outro retrato – no álbum Estrangeiro, de 1989 –, Caetano Veloso abre cantando: “Minha música vem da/ Música da poesia de um poeta João que/ Não gosta de música”. Nesses versos, ele se refere ao poeta pernambucano João Cabral de Melo Neto. Fábio é primo de segundo grau dele. “O meu avô, Osvaldo, era irmão do pai de João Cabral, que não gostava de música, assim como o meu pai.”

“Eu tive contato com João Cabral três vezes, pouca coisa. Fui a dois lançamentos dele e a um jantar que um primo dele ofereceu. Neste, fui com meu pai. Eu era jovem, devia ter uns 16, 17 anos”, lembra. Em uma dessas ocasiões com o primo imortal da ABL, Fábio conseguiu um autógrafo de João Cabral justamente num disco: a trilha sonora de Morte e vida severina, que hoje já traz o escrevinhado do poeta um pouco apagado pelo tempo.

A paixão pela música, como podemos constatar, não foi herança do lado paterno da família de Fábio. “Em toda sua vida, só vi meu pai comentar três vezes algo relacionado a música: sobre o disco Nos dias de hoje (1978), de Ivan Lins, que meu cunhado comprou para ele, e acabou ficando pra mim; Ele ficou muito emocionado com a morte de Tancredo Neves e me pediu para comprar o disco Aprendizes da esperança, de Fafá de Belém, em que ela gravou o Hino Nacional Brasileiro; e perto de morrer, eu o vi comentar que achava muito bonita a música de Chico César, À primeira vista”.

Mas, ainda assim, Fábio diz trazer características do pai que pontuam sua personalidade. “Eu herdei de papai essa coisa de ter antiguidades. Plantas, antiguidades, livros… ele lia muito. E eu herdei quase tudo isso dele.” 


Mesmo sem se considerar um grande colecionador, Fábio possui algumas relíquias

AGRONOMIA E BAR? MELHOR MÚSICA
Por incrível que pareça, Fábio não é músico. “Eu nunca quis. Sempre achei difícil de aprender.” Ele conta que ainda tentou o violão, mas desistiu na segunda aula. Não tinha paciência para aprender. “Eu pensava que já ia chegar e aprender logo a tocar Asa branca.

A tentativa, de certa forma “frustrada”, não arrefeceu o prazer que tinha em “pesquisar, conhecer mais, saber dos compositores, das canções”. Recém-formado em Agronomia, não conseguiu emprego na área logo de cara. A convite do irmão Felipe, que estava envolvido com artes cênicas à época (meados dos anos 1980), Fábio foi, então, trabalhar como bilheteiro de teatro, quando o caçula se apresentava ao lado de Aramis Trindade, com a peça É uma brasa, mora?. Primeiro, no Teatro Barreto Júnior; depois, no Valdemar de Oliveira. Ambos, no Recife. Nesse curto período de oito meses, a aproximação com o mundo artístico se intensificou. Até que, enfim, ele foi trabalhar como agrônomo em Petrolina, onde ficou por um ano.

De volta ao Recife, Fábio começou a trabalhar especificamente com jardinagem. Só que, mais uma vez, o irmão Felipe o puxou para fora do seu campo de atuação. No terreno ao lado da sementeira onde Fábio trabalhava, Felipe inaugurou o bar Guaiamum Treloso – que, inicialmente, se chamava Casa do Guaiamum. O lugar atraiu a presença de alguns artistas. Chico Science, Geraldo Azevedo e Lenine visitaram o espaço. Cerca de dois anos depois, Felipe sugeriu a Fábio sociedade num novo bar que ele abriria: o Rei do Cangaço. “Ali virou um point da música de Pernambuco”, lembra Fábio, que desfia uma lista imensa de artistas que estiveram por lá: Lula Queiroga, Otto, Mestre Salustiano, Escurinho, Maciel Melo, Josildo Sá, Arnaldo Antunes, Jorge Mautner, Pedro Luís, Antonio Nóbrega, Naná Vasconcelos e mais um sem fim de gente da música e também do teatro.

“Nessa época, eu fui ficando mais próximo dos artistas, foi sendo mais fácil”, conta Fábio, que confessa que “sempre dava uma tietada”, pedindo autógrafos nos discos que tinha. Foi nessa pisada que ele acabou desenvolvendo no Rei do Cangaço alguns projetos artísticos. “A gente trazia alguns cantores e bandas para lançar seus discos lá. E também tinha a audição de discos, que se chamava Degustação Musical”, rememora. Tempos depois, Fábio acabou desistindo da sociedade, pois não aguentava a lida de gerenciar o funcionamento de um bar.

Ainda trabalhando com jardinagem, Fábio já era conhecido por alguns artistas e, de certa forma, requisitado para estar presente em momentos como coletiva de imprensa de lançamento de disco. Foi numa dessas, ocasião em que o músico Silvério Pessoa lançava seu segundo álbum, Micróbio do frevo, que Fábio ouviu uma “deixa” que lhe rendeu um insight. À época como repórter de um dos três maiores jornais de Pernambuco, a jornalista Michelle de Assumpção conversava com Fábio sobre o bom momento que a música pernambucana vivia naquele início dos anos 2000. “Ela comentou comigo que o Recife estava vivendo a melhor fase da música, uma efervescência de todos os segmentos, e que sentia falta de lojas que concentrassem todo esse material que vinha sendo lançado”, lembra Fábio, que, num estalo, pensou: “Se eu gosto de música, tô com tempo sobrando na jardinagem, vou montar uma loja de discos”.

 
 
Fábio Passadisco recebeu nomes da música como Maciel Melo e Ortinho, Elomar, Arnaldo Antunes e Lenine no Rei do Cangaço. Imagens: Acervo pessoal

Como bom apreciador de música, ele frequentava algumas lojas de discos que continuavam em atividade, mas que, naquela época, já começavam a escassear. “Desde a época da faculdade, eu costumava ir em lojas como Allegro Cantante, Disco 7, Aky Discos, Opus.” Só que, imbuído do novo intuito, ele passou a querer entender melhor como funcionava, por dentro, uma loja de discos. Pesquisou, fez o levantamento de gravadoras, contatou pessoas do ramo. Ao final, chegou ao ponto escolhido para montar seu novo sonho. Era novembro de 2003 e nascia a Passadisco. 

EXTENSÃO DA VIDA
A loja Passadisco se tornou o empreendimento mais notável de Fábio e uma extensão da sua própria vida. Não é à toa que, em vez do sobrenome Cabral, ele ficou conhecido por Fábio Passadisco. Há 18 anos em funcionamento, a loja é especializada na venda de CDs e vinis brasileiros, com ênfase na música nordestina e, por consequência, pernambucana. A loja começou numa sala no Shopping Sítio Trindade, no Parnamirim, e, atualmente, está localizada na Galeria Hora Center, no Espinheiro. De 2003 até hoje, é a quinta sala que a Passadisco ocupa.

Segundo Fábio, a loja conta com 1.500 títulos, sendo em torno de 550 deles de música pernambucana. No local, a decoração é calcada em um misto de elementos vintage e da cultura popular nordestina: um aparelho de rádio secular, imagem de Padre Cícero, máscara de La Ursa, quadros, pinturas, cartazes de shows etc. “Grande parte das peças que decoram a Passadisco são presentes de amigos”.

Mas Fábio não se limitou a fazer da Passadisco uma loja de discos convencional. Quis torná-la um lugar que movimenta a cena e a cultura do disco, promovendo eventos como os que ele fazia no Rei do Cangaço. A Passadisco passou a, além de vender discos, contar com pocket-shows de lançamentos de discos, tardes de autógrafo e a audição de álbuns. Ele contabiliza mais de 200 eventos do tipo. Elba Ramalho, Tetê Espíndola, Chico César, Eddie, Mombojó, Mundo Livre S/A, Academia da Berlinda já participaram desses momentos, assim como as jornalistas Patrícia Palumbo e Lorena Calábria também já lançaram seus livros por lá. Fábio tem tudo isso anotado e catalogado. Além disso, também organizou algumas edições da Feira de Vinil da Passadisco, sempre com a participação de DJs da cena local.

A Passadisco também se tornou um selo, pelo qual foram lançadas algumas coletâneas como Pernambuco cantando para o mundo, Pernambuco forrozando para o mundo, Pernambuco frevando para o mundo, Arrisque (com artistas surgidos nos 15 anos de atividade da loja). Também saíram pelo selo discos de artistas como Bruno Souto, Zé da Flauta, Maurício Cavalcanti, e, mais recentemente, Zé Manoel, com o seu terceiro álbum, Do meu coração nu (2020), que foi indicado ao Grammy Latino 2021. 

RECORTES, COLEÇÕES E MEMÓRIAS
Uma outra forma de Fábio cultuar a música foi guardando recortes de jornais, panfletos de shows (alguns autografados) e programações, entre outros objetos que serviriam para robustecer suas lembranças. “Por volta dos 15 anos, eu recortava e guardava tudo que saía nos jornais e revistas sobre a música do Nordeste. Às vezes, eu fazia umas anotações dos shows que eu ia”, conta Fábio. Entre essas memórias, shows de Quarteto em Cy, Marinês, Arrigo Barnabé, Geraldo Maia e outros.

No entanto, parte desse acervo, infelizmente, foi perdido. “Eram 15 anos de recortes. Eu não tinha mais onde guardar, botei debaixo da cama e, depois de um tempo, o cupim comeu tudo”, lamenta Fábio.

Outro material que Fábio catalogou são os textos que escrevia para a seção “Cartas à Redação” do Diario de Pernambuco, e eram publicados. E ele escrevia sobre…? Música! Assim como também tinha espaço garantido no jornalzinho do Colégio Contato, para o qual escrevia quando era estudante. 

E, sim, ele tem o seu acervo particular de discos. Fábio estima que, atualmente, possui cerca de mil CDs e 200 vinis. “Já cheguei a ter uns 800 LPs, mas, com o tempo, acabei vendendo alguns, trocando por CDs”. Uma coleção até modesta, em se tratando da figura que é. Portanto, pode-se dizer que Fábio não chega a ser um colecionador, dado o desapego que teve com alguns dos seus discos. “Vendi por conta da necessidade de grana, especialmente durante esse período de pandemia. Veja, eu sou comerciante, eu tava apertado de grana. Esse foi um ano difícil, não teve jeito”. Um dos itens vendidos da coleção de Fábio que espantou esse que aqui escreve foi o antológico álbum de Flaviola e o Bando do Sol, de 1974.

“Um belo dia, peguei um meu, de Belchior, para vender, mas vi que tinha uma dedicatória dele, aí não vendi”, entrega. Diante disso, ele arrumou uma tática incomum de “salvaguarda” dos seus discos particulares: “Agora, eu tô pedindo logo pro artista autografar o disco, pra eu não vender”, brinca Fábio. No entanto, a despeito dos discos que já vendeu, ele não se desfaz de nenhum dos primeiros que ganhou ou comprou, como, por exemplo, o que ele considera o “Número 1” da sua coleção: o LP Meus caros amigos (1976), de Chico Buarque, que foi presente dos irmãos.


A Passadisco conta com 1.500 títulos, cerca de 550 deles de música pernambucana

DISCO FÍSICO x MÚSICA DIGITAL
Fábio vive uma vida “analógica”, em alguns aspectos. Ele não possui aparelho celular. Para alimentar as redes sociais da Passadisco, por exemplo, ele usa um humilde aparelho, herdado do filho, sem chip, apenas para tirar as fotos, que transfere para o computador e posta como conteúdo. Curiosamente, ele também nunca quis ter aparelho de som no carro – hoje em dia, nem mesmo carro ele tem – por segurança, conta ele. “Eu tinha certeza de que, se eu ouvisse música no carro, eu iria me distrair muito na direção e causar um acidente.”

Porém, nesta era digital em que vivemos atualmente, especificamente com relação ao universo da indústria fonográfica, que se desmantelou com o advento da música digital – com o surgimento do mp3 e a possibilidade de compartilhamento de arquivos – e o seu remodelamento atendendo a lógica do streaming, como Fábio reagiu a isso, especialmente em se tratando de um dono de loja de discos?

“Na época da transição do LP para o CD, eu fiquei com muita raiva”, diz. “Depois, fui aderindo. Eu não tinha aparelho de CD. Numa época em que alguns álbuns saíam simultaneamente nos dois formatos, eu percebi que no CD vinha mais músicas que no LP. Então, passei a comprar CD.”

Enquanto comerciante, ele garante que a hegemonia da música digital não o assusta. “Na época que começou o mp3, tinham os carrinhos de CD pirata. Depois, acabaram e aí vendiam pendrives. Depois, passou também. Tudo isso vai passar, e não tem mais volta”, assevera. “Mas sempre vai existir o colecionador. Cada vez mais, os discos vêm com tiragens menores, e vão sendo itens de colecionador. Hoje, há menos lojas, mas as que sobrevivem continuam normalmente, pois ainda existe colecionador. Tem coisas que só eu ou o artista tem, e eu tenho clientes no Brasil todo que querem essas coisas. Cada dia, tenho mais vontade de fazer o que faço, pois sei que tô no caminho certo”, disse Fábio, mostrando uma caixa cheia de discos embalados para entrega no dia seguinte.

De sonhos, conversas e vivências regadas a música, assim foi sendo o caminho de Fábio Cabral, um pernambucano que colocou sua paixão a serviço dela, compartilhando conhecimento, histórias e até mesmo um pouco do próprio acervo. Na verdade, ao conversar com Fábio, percebe-se evidentemente em seus olhos, em suas falas, que ele é – e nunca negou; pelo contrário, reafirma – um fã inconteste disso tudo.

LEONARDO VILA NOVA, jornalista e músico.
SIDARTA, fotógrafo.

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