Nayara Jinknss
Imagens do bem-querer no meio do "pitiú"
TEXTO Olívia Mindêlo
01 de Março de 2021
1. A vendedora Josi posa para a série 'Última ceia'. 2. Urubu na doca. Mercado Ver-o-Peso, Belém do Pará
Foto Nayara Jinknss/Divulgação
[conteúdo na íntegra na impressa e digital | ed. 243 | março de 2021]
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Dona Onete, a rainha do carimbó no Pará, tem uma música que diz assim:
“Urubu malandro
Foi passear lá no Marajó
Comeu de tudo
Mas vivia numa tristeza só
Urubu lhe perguntou
O que se passa, compadre?
Tô com saudade da minha branca
Do Ver-o-Peso, da sacanagem
Lá eu sou pop star
No meio da malandragem
Fico bem na foto
Na entrevista e na reportagem (…)”
Fazendo um apanhado rápido das palavras que entoam a “levanta-saia” No meio do pitiú, vemos a junção de alguns símbolos visuais de Belém, a capital paraense. Urubu, “branca” e Ver-o-Peso, não à toa elementos que conjugam o cartão-postal da cidade. Impregnado pelo odor característico dos peixes – o chamado “pitiú” –, o mercado atrai diariamente bandos de urubus e garças (a “branca”), principalmente na chamada Pedra do Peixe. Dos cheiros, bichos, gente, histórias e todo seu furdunço, a vida lá atrai também, há 12 anos, uma moça vinda de Ananindeua, município vizinho (e o segundo maior do estado), a se arriscar pelas madrugadas e manhãs do Ver-o-Peso provando o que diz a canção de Dona Onete.
CONTEÚDO NA ÍNTEGRA
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