Crítica

Villa-Lobos no seu devido lugar

Primeira integral das sinfonias do compositor gravada pela Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo busca situá-las na linha de frente das principais obras escritas pelo compositor

TEXTO CARLOS EDUARDO AMARAL
ILUSTRAÇÕES MONTEZ MAGNO

05 de Abril de 2018

Imagem Arte sobre reprodução de foto e da obra 'Sonata mobile' (1976), de Montez Magno

"A natureza tropical seria responsável por criar um compositor desordenado, pouco criterioso, de formas frouxas ou caóticas, sempre inclinado ao mau gosto ou ao exagero."
Fabio Zanon

A introdução de Villa-Lobos (Publifolha, 2009), de Fabio Zanon, traz uma sucessão de aspectos que evidenciam a admiração que a obra de nosso maior compositor ainda causa em plateias do mundo inteiro e o desconhecimento cada vez mais abissal de sua personalidade ante os compatriotas das novas gerações, que veem seu nome em parques, condomínios, escolas e enredos de samba, mas não nos livros escolares. “Ele é o filho da natureza, que cavoucou a terra e encontrou o talismã da identidade nacional, que o tornou o maior entre os maiores de uma arte que intuímos ser importante, mas que não nos pertence”, define Zanon, nas primeiras linhas do livro.

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EXTRA:
(Re)Leia na íntegra nossa matéria de capa sobre Villa-Lobos de nov/2009.

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Ao “não nos pertencer”, no sentido de a música erudita nunca ter tido uma penetração cultural e midiática no nível da que possui em solo europeu, o julgamento dos méritos musicais dos gênios de fora do eixo eurocêntrico acaba ainda sendo determinado pelos escrúpulos do gosto ali dominante – no caso de Villa-Lobos, ora para admirarem as múltiplas cores e ritmos exóticos de suas partituras, ora para criticarem sua suposta falta de rigor formal. 


           
 
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