A novela gráficaé uma adaptação de A noiva da revolução, escrito por Paulo e publicado em 2007. Com ilustrações de Pedro Zenival Ramos Ferraz, traz uma síntese dos acontecimentos que, a partir de 6 de março de 1817, provocam a erupção da insurgência. Porém, o foco reside na história de amor entre Domingos, 36 anos, um dos líderes da rebelião contra a Coroa Portuguesa, e Teodora, 17, filha de Bento da Costa, um abastado português. Depois de negar a mão da filha por diversas vezes, Bento resolve aceitar o pedido de casamento no dia 8 de março, quando Domingos já era um dos integrantes do governo provisório de Pernambuco.
“Foi o casamento politicamente mais importante da história do Brasil”, observa Paulo Santos de Oliveira. “Apesar de ele ser galã e rico, o pai da moça não permitia antes porque ele era brasileiro. Essa derrubada de preconceito foi importante. Diferente de outros estados, como Bahia e Rio de Janeiro, em Pernambuco, os brasileiros e os portugueses viviam brigando. A união de um pernambucano com a filha de um português rico ajudou a promover uma pacificação. Quando o casamento ocorreu, o povo foi às ruas para comemorar”, completa o escritor.
Para Pedro Zenival, o trabalho de um ano na transposição da linguagem literária foi meticuloso e de extrema dedicação. “Fiz uma pesquisa visual nos livros ilustrados relacionados à época, em especial nos registros da era napoleônica, que condizia com a moda e as vestimentas do Recife daquele momento”, comenta o ilustrador, um dos mais prolíficos colaboradores da Cepe, onde trabalha desde 1987. O resultado é de um apuro imenso e faz de 1817 - Amor e revolução uma leitura obrigatória nesse contexto de resgate de um acontecimento sem comparação na história do Brasil.