CONTINENTE Qual a importância de uma mostra deste porte, cuja proposta aproxima o trabalho de Calder ao de artistas brasileiros de períodos diversos?ALEXANDER ROWER A última grande exposição sobre Calder no Brasil foi exatamente há 10 anos, cujo título era, justamente, Calder no Brasil. A mostra permitiu ao público de São Paulo e do Rio de Janeiro conhecer a trajetória de Calder no país, além de um bom panorama de sua obra. Agora, estou muito entusiasmado com o trabalho de curadoria da mostra Calder e a arte brasileira no Itaú Cultural, que explora as reverberações dessa trajetória e do trabalho do meu avô entre várias gerações – inclusive as mais jovens – de artistas brasileiros.
CONTINENTE Como se deu o contato e a parceria da Fundação Calder junto ao curador Luis Camillo Osorio e ao Itaú Cultural?
ALEXANDER ROWER Conheci o Camillo em um painel de discussões na Escola de Artes Visuais do Parque Lage há três anos, quando participamos de um debate sobre a obra de Calder. Fiquei muito impressionado com a aproximação que ele propunha entre Calder e o movimento neoconcretista. A partir dali, nós mantivemos diálogo sobre o tema, e sobre a possibilidade de organizar uma mostra com essa temática – e agora ela finalmente encontrou espaço para tomar forma, no Itaú Cultural.
CONTINENTE Pessoalmente, como você vê a aproximação e o diálogo entre tantos artistas diferentes com Calder? Como você percebe a relação de Calder com o Brasil?
ALEXANDER ROWER O tempo que meu avô passou no Brasil impactou emocional e intelectualmente sua vida. Por outro lado, essa relação continua ressoando nas obras e na intelligentsia dos artistas brasileiros, e pode também ser facilmente percebida em seu trabalho. Por isso, esta mostra nos apresenta um diálogo mais do que apropriado, que revela a profunda afinidade de meu avô com o espírito de um país.