O grupo Mala Voadora, que já viajou por 14 países apoiado pelo governo português, está acostumado a estabelecer parceria com estrangeiros. “Chegamos a fazer peças nas quais conversamos nós em português e o outro grupo na sua língua. É interessante confrontar o que é estranho.” Foi o caso do grupo britânico Third Angel, companhia que utiliza o hibridismo com o cinema, desenho, standy up comedy e a live art. O integrante Alexander Kelly comenta: “O grande ponto da colaboração é construir algo que nenhum dos grupos envolvidos possa fazer só”.
Artistas do Brasil e da Argentina se juntaram para formar o Coletivo Mazdita. O argentino Leandro Olivan e a brasileira Flavia Pinheiro, com colaboração de outros estrangeiros, usam táticas de guerrilhas baseadas na improvisação. Trabalham através da quebra das fronteiras entre performances, teatro e tecnologia.
“O Coletivo Mazdita pesquisa o desenvolvimento de dispositivos eletrônicos que estabelecem uma relação entre o corpo em movimento e o espaço com os objetos. Através de plataformas interativas, propomos intervenções urbanas, instalações e vídeos. Atualmente, trabalhamos na pesquisa Organ City Rizoma, um entorno rizomático de captura de movimento, e no procedimento Diafragma, que envolve o corpo e as tecnologias de produção de ruídos, imagens e sensações”, diz Pinheiro. Dessa forma, buscam transformar, principalmente em países latino-americanos, os espaços públicos de grandes cidades numa conexão complexa entre humanos e corpos estranhos artificiais, símbolos das extensões de nossa natureza no mundo.