CONTINENTE Você começou esse projeto antes da moda de vampiros explodir.
JIM JARMUSCH Adoro filmes de vampiros e de gênero. Há vários filmes lindos e estranhos sobre eles. Vampiros são outsiders, são deslocados. Ninguém sabe se são monstros ou vilões. Eu não li os livros de Anne Rice, mas sei que ela começou essa complexidade na história dos vampiros. A história deles no cinema é longa e interessante. O mais bonito, apesar de já um pouco batido, é Nosferatu (1922, de F.W. Murnau). Então, em 1931, tivemos Drácula, que é universal. Depois tivemos O vampiro (1932), de Carl Dreyer, que é muito incomum. O primeiro filme de vampiros com presas é o mexicano O morcego, de 1957. É interessante entender de onde os estereótipos que conhecemos vieram, porque mudaram muito ao longo dos anos. Você acha que eles tinham presas, mas não tinham. Ou alho, cruzes, estacas de madeira, luz do sol... É uma mitologia que foi mudando com o tempo. Na história da literatura inglesa, a trama dos vampiros começou com os poetas românticos. Eles também eram outsiders, pessoas desajustadas.
CONTINENTE Seus vampiros usam luvas o tempo todo no filme. Por quê?
JIM JARMUSCH As luvas são a nossa adição ao mito. Eu queria criar os meus próprios estereótipos. Achei que ficariam legais com as luvas, e que seria sexy quando eles as tirassem; quando acontece isso, é como se fosse nossa cena de sexo. Meio deprimente, não é?
CONTINENTE Você tem um vampiro favorito na literatura ou no cinema?
JIM JARMUSCH É uma coisa mais cumulativa. Recentemente, houve vários interessantes, como Fome de viver (1983), de Tony Scott, com Catherine Deneuve, e que faz uma leitura interessante do gênero. Eu adoro Deixe ela entrar (2008), que é maravilhoso. Mas a obra-prima pra mim é mesmo Nosferatu. Há os elementos diferentes de vampiros também, como o lance das vampiras lésbicas, quase um gênero à parte, tanto na literatura quanto no cinema, com filmes softcore tipo os do diretor francês Jean Rollin. E há um outro lado completamente diferente, que são os filmes sobre (Elizabeth) Báthory, da vampira que se banha em sangue. Há ainda o subgênero dos matadores de vampiros, como em A dança dos vampiros (1967), de Roman Polanski, ou o personagem Van Helsing, criado pelo Bram Stoker (autor de Drácula). Isso cria diferentes tipos de tensão. É um gênero que tem muitas ramificações.
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CONTINENTE Seus vampiros são mais vulneráveis?
JIM JARMUSCH Todos os vampiros são vulneráveis. Eles têm de se sustentar com sangue. Imagine as consequências disso, os problemas que você teria com as autoridades, se tivesse que sair por aí mordendo as pessoas para se alimentar, ou se as transformasse em vampiros, elas teriam de lidar com as mesmas coisas, é uma grande responsabilidade. Imagine a dificuldade de evitar a luz do sol. Quando estava escrevendo esse filme, fiquei pensando nas dificuldades que um vampiro teria, agora, em encontrar sangue bom; você não pode morder qualquer um, pode ser um viciado, vai saber.
CONTINENTE Você filmou em uma Detroit decadente. Vê beleza em desolação, lugares e pessoas em que faltam pedaços?
JIM JARMUSCH Sim. Talvez essa seja uma falha minha, ver beleza em coisas destruídas. Mas acho que vem do fato de ter crescido em uma área pós-industrial (Cuyahoga Falls, Ohio), isso está no meu sangue, na minha noção de estética. Os cenários em que vivi também sempre passaram essa ideia. Mudei-me para Nova York muito novo e sem dinheiro. Morava no Lower East Side, onde só tinha lixo e viciados. Foi uma parte importante da minha composição visual. Celebro isso, mas não de propósito. Em Detroit, eles chamam isso de ruin porn, porque fotografar as ruínas da cidade é como pornografia para eles.
CONTINENTE Você acompanha o Instagram? Há muitas pessoas postando fotos assim.
JIM JARMUSCH Sim, e elas são lindas e, ao mesmo tempo, cortam o coração, porque mostram algo que não está mais ali. Quer dizer, ainda está ali, mas está se destruindo. Isso existe em todo lugar, é igual a quando você dirige para fora de Roma e vê construções de 2 mil anos se desfazendo.
CONTINENTE Um dos aspectos interessantes sobre o filme é que você nos dá uma boa noção de como é ter vivido por centenas de anos. Apesar dos vampiros já terem um acúmulo de conhecimento, eles não se cansam de saber mais sobre o mundo. Isso é algo que faz parte do seu ideal de eternidade?
JIM JARMUSCH Bem, isso é meio óbvio, se estamos falando de vampiros. Por que alguém ia querer viver por tanto tempo e não querer aprender coisas sobre o mundo? Você, como humano, não quer acordar todos os dias e aprender algo novo? Eles seriam pessoas muito entediantes, se vivessem por centenas de anos e não soubessem de nada. Não ver as coisas lindas e estranhas que acontecem no mundo é coisa para zumbis, não vampiros. Eu mesmo me considero um diletante, não de maneira negativa, porque não consigo estudar só uma coisa, mas sou um cineasta obsessivo, leio livros vorazmente, adoro música, já estudei música e na faculdade estudei como identificar cogumelos, pássaros, plantas, tem tantas coisas que me interessam. Acho incrível quem constrói pontes, o telescópio Hubble, o genoma humano, o bóson de Higgs, é tudo impressionante. Tilda [Swinton] é uma grande inspiração para esse filme, porque ela é o tipo de pessoa que é interessada em tudo, de descobertas em neurociência a... sei lá, tudo. Ela é uma deusa boêmia dos nossos tempos. Ser amigo dela e trabalhar com ela, pra mim, não tem preço.
CONTINENTE E como é trabalhar com John Hurt?
JIM JARMUSCH Ele é um homem tão refinado e inteligente, e sua mente funciona de um jeito fascinante. Ele nunca faz as coisas da maneira que você diz, ele sempre quer pensar a respeito. Não importa se é algo que algum político disse, uma interpretação filosófica de algo, ele sempre tem que pensar sozinho. É muito aberto. Ele não era um antistratfordiano (pessoas que duvidam da autoria de Shakespeare), como eu, mas dei vários livros pra ele, que devorou, e agora diz que tenho razão. Fica tentando convencer os outros.
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CONTINENTE Você mencionou que o mundo do cinema mudou muito nos últimos anos e esse filme levou sete anos para ser feito. Pensa em se aposentar ou sente que tem energia para continuar por mais alguns anos?
JIM JARMUSCH Eu não sei. Fazer esse filme foi tão difícil e tivemos tantos problemas. Eu tinha tantos projetos, mas queria fazer esse. Pensei comigo mesmo: “Se eu soubesse que não vou viver muitos anos mais – o que não é o caso –, o que gostaria de fazer?” e era esse filme. Tilda me apoiou ao longo dos anos. Toda vez que dava errado, ela falava: “Tem uma razão por trás disso, não era a hora certa”. Mas ela não abandonou o projeto. Eu decidi fazê-lo de qualquer maneira, e esse não é um bom jeito de fazer um filme. Sei que não vou parar de me expressar, porque esse é meu trabalho, mas talvez faça coisas menores em cinema, música, literatura. Não sei. Amo cinema e quero continuar fazendo filmes, mas o mundo não quer mais que eu os faça, ao menos, não nesse nível. Ninguém está feliz em me ajudar.
CONTINENTE Você vê esse filme como uma história de amor?
JIM JARMUSCH Sim, definitivamente. E acho que a moral desse filme é que amor é aceitar o outro pelo que ele é, seja seu filho seja seu amante. Histórias de amor não funcionam quando um quer que o outro seja algo diferente. Essa é a coisa mais importante que aprendi na minha vida, por esse motivo queria ter isso no filme.
CONTINENTE O que há de especial em Detroit? Por que tantos gêneros, como o soul da Motown e a house music, começaram lá?
JIM JARMUSCH Não sei. Acho que é como um cogumelo, que tem uma rede de inteligência que vive embaixo da terra, e daí as coisas que vemos em cima da terra são apenas os receptores e os órgãos sexuais da coisa toda. Metaforicamente, tem algo embaixo da terra, em Detroit, que nunca vai morrer. Mesmo nos anos 1960, você tinha MC5, Stooges, e um rock’n’roll revolucionário sendo produzido lá. E ainda há muita coisa interessante acontecendo.
CONTINENTE Você tem uma banda, mas, quando mencionou esse grupo em Sobre café e cigarros (2003), ele ainda era imaginário. Pode falar um pouco sobre isso?
JIM JARMUSCH Bem, no momento, somos três caras, mas está mudando. Eu, Carter Logan, que foi um dos produtores desse filme, e Shane Stoneback, um produtor musical de Nova York. Anos atrás, Jack White pediu pra mim e para Michel Gondry remixarmos uma música do White Stripes, Blue orchid. Ele disse: “Vocês dois são diretores de que eu gosto e os dois têm um background musical”. Não consegui fazer sozinho, sem equipamento, então tinha um cara que eu conhecia que era brilhante (Shane) e ele começou a me ajudar. Eu, ele e Carter começamos a gravar algumas coisas para o meu último filme (Os limites do controle, de 2009), músicas de rock psicodélico que eu não conseguia encontrar, então criei as minhas próprias. Nessa época, lançamos um EP com o nome Bad rabbit, mas há muitas bandas com o nome Rabbit, então pensamos, por que não Squirrel? Eles são mencionados em Sobre café e cigarros. Então, agora somos o SQÜRL. Trabalhamos com (o compositor holandês) Jozef van Wissem, com quem gravei no ano passado como guitarrista, e ele também toca com a gente.
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CONTINENTE Você pode falar um pouco sobre filmar em Tânger?
JIM JARMUSCH Adorei filmar lá, foi muito interessante. Me sinto muito atraído por aquele lugar. A nossa equipe marroquina também nos ajudou muito, não podíamos passar com carros ou caminhões pelas ruas menores, então tínhamos que levar tudo de moto, tivemos que usar pouquíssimas luzes à noite. Foi uma experiência muito positiva. Não quero analisar o meu lado emocional, porque fiz isso ou aquilo. Ok, vou te falar o que é legal sobre Tânger. Ela foi estuprada por todas as culturas possíveis, e ainda é ela mesma até hoje. É como uma prostituta de quem todo mundo tirou vantagem, e ela ainda é mais forte do que eles. As ruas de Tânger já viram pessoas de todos os lugares rolarem por elas como água. Você vê pessoas nas ruas vendendo e que não sabem nem escrever, mas falam várias línguas. Há a liberdade de tudo ser aceitável, ninguém te julga. E também há o fato de as pessoas não poderem beber álcool, algo que eu apoio, pois estou entediado pela cultura do álcool. Já morei em Nova York e na Europa, onde tudo o que as pessoas fazem é sair à noite e beber. Em Tânger, o álcool não é muito interessante. Eles preferem haxixe, você sente o cheiro em todos os lugares. E é diferente ter pessoas ao seu redor que estão altas por causa da cannabis. É diferente de pessoas bêbadas. Faz parte da aceitação que eles têm pelas coisas. E é engraçado que, em pleno 2013, as pessoas ainda vivam em uma área urbana com galos te acordando de manhã. Aliás, era um saco pra filmar de madrugada, porque os galos ficavam cantando. Mas eu os adorava, ao mesmo tempo. E você consegue ver a Espanha de lá, e a Espanha é tão distante deles culturalmente. Eu adoro Tânger, poderia morar lá.
CONTINENTE Você falou sobre o fato de o cinema ter mudado, e o seu filme também fala sobre mudanças. Acha que estamos no meio de uma reviravolta cultural, de certa forma?
JIM JARMUSCH Sim, porque estamos num momento de mudança global em todos os sentidos. O planeta não vai mais se sustentar da maneira que vivemos, mas os humanos ainda estão alheios a isso, apesar de já estarmos vendo mudanças climáticas desde os anos 1970. Ninguém está fazendo nada a respeito. Ao mesmo tempo, esse mundo corporativo é muito triste, porque fica nos empurrando coisas goela abaixo. Não há mais uma cultura realmente underground. Mas talvez haja, porque conheço direto gente que não quer essa vida corporativa pra eles. No festival que toquei, em Barcelona, o Primavera Sound, havia tantas ideias musicais incríveis. Te faz sentir que nem tudo está perdido. Ainda há muita energia boa por aí nos jovens que rejeitam essas bobagens. Mas tudo isso custa dinheiro para fazer, e você não pode usar o seu próprio, a menos que você seja rico. Por exemplo, estou tentando fazer um filme sobre The Stooges, a banda de rock. Eles foram muito importantes para a cultura do rock’n’roll, são muito primais, uma entidade musical, praticamente. Quero fazer do meu jeito, meio poético, já fiz uma parte e gastei 35 mil dólares do meu próprio bolso. Não tenho mais dinheiro para gastar nele agora, então fui procurar investidores na Inglaterra, e eles queriam ser os responsáveis pela edição. E eu fiquei tipo: “Sério? Estou trazendo meu trabalho pra cá e vocês fazem isso?”O fato me chocou um pouco, porque eu nem estava pedindo tanto dinheiro assim. E não é como se eu nunca tivesse feito um filme na vida, conheço os Stooges, tenho coisas lindas já filmadas, não vou aceitar essa merreca para que eles possam editar meu filme. O que é isso?
CONTINENTE E por que você não tenta crowdfunding?
JIM JARMUSCH Estou pensando nisso. No momento, esse projeto está na gaveta, ainda tenho gente filmando algumas coisas. Talvez coloque o projeto no Kickstarter e façamos algo. Mas quero que seja meu filme. Porque Iggy Pop me pediu para fazer esse filme antes que eu e ele morrêssemos. E Iggy é uma pessoa incrível, toda vez que o encontro ele quer conversar sobre algo novo que descobriu, alguma gravação obscura de jazz, um livro sobre os egípcios. Provavelmente, quando ele morrer, vai falar: “Oh, cara, eu estava lendo esse livro, preciso terminar...” Iggy é velho, mas é como uma criança, ao mesmo tempo, sempre aprendendo sobre a vida. E há pessoas que são jovens, mas são velhas mentalmente, não querem tentar mais nada e podem bem se aposentar.
CONTINENTE Os seus filmes são construídos quase como música, quase como uma jam session de jazz. Você concorda com isso?
JIM JARMUSCH Sim, muito. Cinema e música são as duas formas de arte mais próximas, porque te afetam de maneiras parecidas. Minha maneira de fazer os dois é muito parecida, nos meus filmes eu não crio um storyboard por exemplo. Trabalhar com o diretor de fotografia Yorick Le Saux nesse filme foi legal por isso. A gente ficava só pensando em ideias legais, luzes, coisas abstratas. E no dia é que decidíamos como a cena seria filmada, ali na hora. Acho que nossos instintos devem prevalecer sobre nossa racionalidade. Quando você vê uma banda como o U2 tocando ao vivo, com um metrônomo, você vê que algo se perdeu no processo de criar arte. O show deles têm mais a ver com as luzes, não é tão interessante para mim. É a mesma coisa com cinema. Se você tem um storyboard e o segue à risca, é muito entediante. E é ruim até mesmo para quem produz o filme, porque eles chegam no dia e perguntam: quantas cenas vocês vão fazer hoje? E eu sempre falo que não sei, porque não sei mesmo, vou pensando à medida que vou fazendo. E, sem querer me gabar, acho que esse filme tem uma elegância sensual, porque era isso o que estávamos sentindo, enquanto o fazíamos.
CONTINENTE Quão importante é a narrativa para você?
JIM JARMUSCH Eu adoro histórias. Acho que meus filmes são narrativos, mas alguns críticos teimam em discordar. Eu não sou um cineasta experimental. Ontem, fiz uma entrevista e alguém mencionou o filme Sometimes city, feito pelo meu irmão Tom, nove anos mais novo que eu, que é sobre a cena underground de Cleveland, Ohio, com seus artistas, suas fábricas, gangues etc. Não é nada tradicional, nada narrativo, é quase como um ensaio. E ele usou equipamentos superprimitivos, filmou em super-8, câmeras antigas de vídeo, essas coisas. Esse filme teve umas críticas péssimas. Mas ele me faz sentir como um vendido, um cara comercial, porque o trabalho dele é tão puro, instintivo e lindo. E as pessoas que assistem, que têm alguma humanidade nelas, não esses críticos, são tocadas por isso, algumas delas até choram. Mas até mesmo o festival de cinema de Cleveland rejeitou o seu filme. Mas eu entendo, o filme não é nada “polido”, foi feito no porão dele, não é para as massas.
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CONTINENTE Qual a lista de livros que você levaria para qualquer lugar?
JIM JARMUSCH Essa é difícil. É como perguntar meus cinco filmes favoritos, não consigo. Eu sempre tenho livros comigo, mas não consigo escolher alguns. Leio de tudo, ficção, não ficção, poesia, livros sobre cinema, sobre livros, devoro coisas diferentes, quando posso.
CONTINENTE Você gosta da experiência física ou você os lê no seu tablet?
JIM JARMUSCH Eu gosto do físico. Eu tenho um tablet, mas não leio livros nele. Eu só o uso para acessar a internet, essas coisas. Mas eu continuo sem um endereço de e-mail. Meu iPad sempre me pergunta se eu não quero criar uma conta de e-mail, e sempre tenho que falar que não. Eu já o tenho há dois anos, ele deve pensar: “Por que você não tem e-mail, seu idiota? Ei, o e-mail já foi inventado, você é um idiota”.
CONTINENTE Então, o que você faz? Manda faxes?
JIM JARMUSCH Não, eu tenho um celular, então mando mensagens de texto ou falo pessoalmente. Mas tenho uma conta de e-mail no escritório, que só recebo lá. Vejo gente que conheço que passa cinco horas do dia lendo e-mails, eu não tenho tempo pra isso. E-mail é como uma coleira, e não quero isso pra mim. O celular já é uma coleira.
CONTINENTE Você disse que não leu os livros da Anne Rice, mas provavelmente sabe que um dos vampiros dela, Lestat, é um rockstar, certo?
JIM JARMUSCH Não sabia, mas, sim, faz sentido. Algumas pessoas me falam que David Bowie poderia ser um vampiro, e quero mostrar meu filme a ele de alguma maneira, porque também acho que faz sentido, porque ele é uma inspiração para mim e um grande amigo de Tilda.
CONTINENTE Você sabia que uma produtora brasileira está produzindo o novo filme do James Gray? Você deveria conhecê-los.
JIM JARMUSCH Uau, isso seria ótimo, porque pelo menos James Gray sairia das garras de Harvey Weinstein. Não estou falando mal dele, mas deixem James Gray fazer seus próprios filmes. Não lhe digam como editar. Façam suas coisas de marketing e deixem o cara fazer o filme dele.
RODRIGO SALEM, jornalista, trabalha em Los Angeles como freelancer da Folha de S. Paulo, blogueiro do Yahoo Brasil e colaborador da Rolling Stone, Monet e Vogue.