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Daniela Hasse

A garota que desenha música

TEXTO Mariana Oliveira

01 de Janeiro de 2012

A profissionalização de Hasse se deu com a produção de estampas, como essa feita para a Hering

A profissionalização de Hasse se deu com a produção de estampas, como essa feita para a Hering

Imagem Reprodução

Provavelmente, o leitor afeito a eventos musicais alternativos, em algum momento, já deu de olhos com um cartaz de show produzido pela carioca, criada em Blumenau, Daniela Hasse. Esse contato também pode ter acontecido em estampas exibidas em vitrines brasileiras, ou numa coleção de sandálias Havaianas. O trabalho versátil da artista traz uma mescla perfeita entre o passado e o presente, com elementos vintage num contexto contemporâneo.


Apesar de trabalhar com encomendas, a artista desenvolve ilustrações livres.
Imagem: Reprodução

Os traços são delicados, ora formando flores, paisagens bucólicas e meninas singelas, ou figuras mais sombrias, com uma paleta de cores diferenciada. Alguns trabalhos caracterizam-se por um matiz psicodélico que pode se materializar em estampas, conteúdo editorial, cartazes e pôsteres. Independentemente do segmento para o qual está produzindo, a música sempre está presente nas obras de Daniela Hasse. Ela cria sob o efeito de trilhas sonoras que se refletem, de algum modo, naquilo que está sendo produzido. A música é, segundo ela, uma de suas maiores fontes de inspiração.


O material gráfico para shows e festivais foi fundamental à divulgação
de sua obra. Imagem: Reprodução

Durante sua adolescência, quando ouvia as canções de que gostava, tentava representá-las em seus traços. Além disso, cultivava uma forte relação com a cena musical da sua cidade. Daniela tinha uma banda e seus amigos faziam parte da agitação underground de Blumenau (SC) e mantinham selos independentes. Como já desenhava informalmente, recebia pedidos na base da “brodagem”, para compor cartazes para shows e eventos.


A designer é bastante requisitada para fazer layouts de discos. Imagem: Reprodução

Levou um tempo para que essa diversão adolescente se tornasse profissão. Daniela Hasse formou-se em Letras e ingressou em dois empregos públicos. Nas horas vagas, seguia desenhando com sua caneta Bic, até que uma amiga que trabalhava no polo têxtil da região indicou-a para atuar na criação de estampas da marca Colcci. Foi assim, sem qualquer orientação formal em design têxtil, que ela mudou os rumos da sua trajetória profissional.


Estampa produzida para a T_ Collection, exclusiva da C&A.
Imagem: Reprodução

Depois de alguns anos, ela trocou de empresa, foi para a Hering, em São Paulo. Em paralelo, seguiu criando cartazes e capas de discos. Nesse processo, teve que aprimorar seu modo de produção, passando também a utilizar o computador, numa dinâmica que antes se resumia a papel e caneta. Hoje, atuando como ilustradora freelancer, seu trabalho aparece em vários segmentos, mas a música está sempre lá. 

MARIANA OLIVEIRA, repórter especial da revista Continente.

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