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Recife cidade aberta

De paisagens de rio e mar a cenas de degradação e fantasmagoria, as interpretações de fotógrafos sobre o espaço urbano retratado na ficção

TEXTO Revista Continente

01 de Novembro de 2011

Foto Alexandre Berzin

Em O Recife dos romancistas, Abdias Moura pretendia contestar a tese de que “Pernambuco é uma terra de poetas, historiadores e ensaístas, mas nunca produziu bons romancistas”, enquanto oferecia visibilidade a uma produção literária local. Juntamo-nos a ele no desejo de estimular nos leitores a vontade de conhecer esses textos, propondo um “diálogo” entre escritores e fotógrafos. Da seleção, já feita por Abdias, escolhemos e enviamos trechos de romances para 14 fotógrafos, pedindo que, a partir deles, fi zessem seus registros livremente. As imagens feitas instigam o interesse pelos textos originais, que pedem uma leitura integral.

ABEL MENEZES


Nascido em Caruaru, no agreste pernambucano, o médico, residente em Olinda, é autor do romance Delírica dança. Em A gargalhada final (1996), exprime sua relação intensa com o Recife.

AMÍLCAR DÓRIA MATOS


Jornalista e escritor, publicou o primeiro livro, O sexo poupado, em 1974. Em A trama da inocência (1983), aborda a polêmica atração de um homem por uma menina.

CÍCERO BELMAR


Autor de Umbilina e sua grande rival (homenagem à literatura de cordel) e Acabou-se o que era doce. Em Rosselini amou a pensão de Dona Bombom (2005), conta um pouco das tradições do Recife.

CÉLIA LABANCA


Bacharel em Direito e diretora do MAC, a escritora e curadora publicou três romances, sendo o último A noite tem razão – Uma história real quilombola. Aminta foi lançado em 2008.

CLARICE LISPECTOR


A ucraniana naturalizada brasileira estreou em 1943, com o romance Perto do coração selvagem. Durante a infância, residiu no Recife, experiência abordada em diversos textos.

DOUGLAS T. DE ALMEIDA


Autor do romance Saudade do futuro, de 1989, com o qual teve entrada ruidosa no campo literário. Com o livro, ganhou o prêmio Leda Carvalho, concedido pela APL.

FERNANDO MONTEIRO


Poeta, romancista, cineasta, estreou em 1973, com Memória do mar sublevado. Em 1974, foi premiado pela APL com a peça O rei póstumo. A cabeça no fundo do entulho foi lançado em 1999.

GASTÃO DE HOLANDA


O escritor recifense, bacharel em Direito, estudou Literatura em Paris. De volta ao país, radicou-se no Rio, onde dirigiu a editora Fontana e a revista José. Lançou, em 1975, O burro de ouro.

GILVAN LEMOS


Nascido em São Bento do Una, chegou ao Recife em 1949, com 21 anos. Publicou o primeiro livro, Noturno sem música, em 1956. Escreveu mais de 10 obras, entre romances, novelas e contos.

JOSÉ IREMAR DA SILVA


Bacharel em Teologia, tem trabalhado, desde os anos 1970, com crianças e adolescentes em situação de risco, tema abordado em O menino das ruas do Recife (2007).

JOSÉ LINS DO REGO


O paraibano protagonizou um avanço no romance regional moderno, que ganhou mais oralidade com livros como Menino de engenho, Doidinho e O moleque Ricardo (1935).

JOSUÉ DE CASTRO


Autor de Homens e caranguejos (1967) e Geografia da fome, foi médico, geógrafo e ativista. Com os direitos políticos suspensos após o golpe de 1946, exilou-se em Paris, onde faleceu em 1973.

LUZILÁ GONÇALVES


Romancista, editora e professora universitária, com mestrado e doutorado em Letras. Em A garça malferida (2002), realiza uma ficcionalização do período holandês.

MÁRIO SETTE


Fundador da Academia Pernambucana de Letras, o escritor deixou uma obra na qual o cotidiano da Zona da Mata e do Litoral estão presentes, como em A filha de Dona Sinhá (1926). 

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