Arquivo

Crônicas: Futuro, sempre presente

TEXTO Revista Continente

01 de Janeiro de 2011

Imagem Maurício Planel

Na primeira década do século 20, o carioca João do Rio escreveu uma crônica em que supunha como a sociedade estaria vivendo dali a 10 anos, num texto centrado na pressa e impessoalidade das relações, mediadas pelos novos “brinquedos” tecnológicos. A partir do texto desse grande escritor, pedimos ao paulista Antonio Prata que imaginasse como seria o dia de um homem em 2020 e nos enviasse a sua crônica. O resultado desse “duelo” está nas páginas a seguir.

O DIA DE UM HOMEM EM 1920
João do Rio

Dentro de três meses as grandes capitais terão um serviço regular de bondes aéreos denominado aerobus. O último invento de Mamoni é a máquina de estenografar. As ocupações são cada vez maiores, as distâncias menores e o tempo cada vez chega menos. Diante desses sucessivos inventos e da neurose de pressa hodierna, é fácil imaginar o que será um dia de um homem superior dentro de dez anos, com este vertiginoso progresso que tudo arrasta...

O Homem Superior deitou-se às três da manhã. Absolutamente enervado por ter de aturar uma ceia com champanhe e algumas cocotes milionárias, falsas da cabeça aos pés porque é falsa a sua cor, são falsas as olheiras e sobrancelhas, são falsas as pérolas e falsa a tinta do cabelo nessa ocasião, por causa da moda, em todas as belezas profissionais beige foncé. Acorda às seis, ainda meio escuro por um movimento convulsivo dos colchões e um jato de luz sobre os olhos produzido pelo despertador elétrico do último modelo de um truste pavoroso.

– Caramba! Já seis!

Aperta um botão e o criado-mudo abre-se em forma de mesa apresentando uma taça de café minúscula e um cálice também minúsculo do elixir neurostênico. Dois goles; ingere tudo. Salta da cama, toca noutro botão, e vai para diante do espelho aplicar à face a navalha maravilhosa que em trinta segundos lhe raspa a cara. Caminha para o quarto de banho, todo branco, com uma porção de aparelhos de metal. Aí o espera um homem que parece ser o criado.

– Ginástica sueca, ducha escocesa, jornais.

Entrega-se à ginástica olhando o relógio. De um canto, ouve-se uma voz fonográfica de leilão.

– Últimas notícias: hoje, à 1 da manhã incêndio quarteirão leste, 40 prédios, 700 feridos, virtude mau funcionamento Corpo de Bombeiros.

Seguro prédios 10 mil contos. Ações Corpo baixaram. Hoje 20.12 um aerobus rebentou no ar perto do Leme. Às 12 e 45 presidente recebeu telegrama encomenda pronta Alemanha, 500 aeronaves de guerra. O cinematógrafo Pão de Açúcar em sessão contínua estabeleceu em suportes de ferro mais cinco salas. Anuncia-se o crack da Companhia da Exploração Geral das Zonas Aéreas do Estreito de Magalhães. Em escavações para o palácio da Companhia do Moto-Contínuo foi encontrado o esqueleto de um animal doméstico nas civilizações primitivas: o burro.

Instalou-se neste momento, por quinhões, a Sociedade Anônima das Cozinhas Aéreas no Turquestão. O movimento ontem nos trens subterrâneos foi de três milhões de passageiros. As ações baixam. O movimento de aerobus de oito milhões havendo apenas vinte desastres. O recorde da velocidade: chega-nos da República do Congo com três dias de viagem apenas no seu aeroplano de course o notável embaixador Zambeze. Foi lançada na Cafraria a moda das toilettes pyrilampe feitas de tussor luminoso. Fundaram-se ontem trezentas companhias, quebraram quinhentas, morreram cinco mil pessoas. Com a avançada idade de 38 anos, o marechal Ferrabrás deu ontem o seu primeiro tiro, acertando por engano na cara do seu maior amigo, o venerando coronel Saavedra. Impossível a cura, aplicou-se a eletrocução...

Dez minutos. O Homem Superior está vestido. O jornal para de falar. O Homem bate o pé e desce por um ascensor ao 17º andar onde estão a trabalhar quarenta secretários.

Há em cada estante uma máquina de cortar, e uma máquina de escrever o que se fala. O Homem Superior é presidente de cinquenta companhias, diretor de três estabelecimentos de negociações lícitas, intendente geral da Companhia de Propinas, chefe do célebre jornal Eletro Rápido, com uma edição diária de seis milhões de telefonógrafos a domicílio, fora os quarenta mil fotógrafos informadores das praças, e a rede gigantesca que liga às principais capitais do mundo em agências colossais. Não se conversa. O sistema de palavras é por abreviatura.

– Desminta S.C. Aéreas. Ataque governo senil vinte nove anos. Some. Escreva.

Os empregados que não sabem escrever entregam à máquina de cortar a operação, enquanto falam para a máquina de escrever.

Depois o Homem Superior almoça algumas pílulas concentradas de poderosos alimentos, sobe ao 30º andar num ascensor e lá toma o seu coupé aéreo, que tem, no vidro da frente em reprodução cinematográfica, os últimos acontecimentos. São visões instantâneas. Ele tem que fazer passeios de inspeção às suas múltiplas empresas com receio de que o roubem, receio que aliás todos têm uns dos outros. O secretário ficou encarregado de fazer oitenta visitas telefônicas e de sensibilizar em placas fonográficas as respostas importantes. Antes de chegar ao bureau da sua Companhia do Chá Paulista, com sede em Guaratinguetá, o aparelho Marconi instalado no forro do coupé comunica:

“Mandei fazer quinze vestidos tussor luminoso. Tua Berta.”

“Ordem Paquin dez vestidos pirilampos. Condessa Antônia.”

– “Asilo dos velhos de trinta anos fundado embaixatriz da Argélia dia completou 12 aniversário, pede proteção.”

– “Governo espera ordem negócio aeroplanos.”

– “Casa 29 das Crianças Ricas informa falecimento sua filha Ema.”

– “Guerra cavalaria aérea riograndense cessada fantasma Pinheiro miragem.”

O Homem Superior aproveita um minuto de interrupção do trânsito aéreo pelo silvo do velocipaéreo do civil de guarda da Inspetoria de Veículos no Ar, e responde sucessivamente:

– Sim, sim, sim. Perfeito. Enterro primeira classe comunique Mulher Superior, Cortejo Carpideiras Elétricas. Oculte notícia cavalaria entrevista fantasma.

E continua a receber telegramas e a responder quer ao ir quer ao voltar da companhia onde se produz um quilo de chá por minuto para abafar a produção da república chinesa, porque todas as senhoras, sem ter nada que fazer (nem mesmo com os maridos), levam a vida a tomar chá – o que segundo o Conselho Médico embeleza a cútis e adoça os nervos. Esse Conselho, decerto, o Homem comprou por muitos milhões e foi até aquela data o único conselho de que precisou. A ciência super omnia...


João do Rio. Foto: Reprodução

Ao chegar de novo ao escritório central das suas empresas, tem mais a notícia da greve dos homens do mar contra os homens do ar. Os empregados das docas revoltam-se contra a insuficiência dos salários: 58$500 por dia de cinco horas, desde que os motoristas aéreos estão ganhando talvez o dobro. O Centro Geral Socialista de que o Homem Superior é superiormente sócio benemérito, concorda que os vencimentos devem ser igualados numa cifra maior que a dos homens do ar. Qual a sua opinião? É preciso pensar! Sempre a questão social! Se houvesse uma máquina de pensar? Mas ainda não há! Ele tem que resolver, tem que dar a sua opinião, opinião de que dependem exércitos humanos. Ao lado da sua ambição, do seu motor interno deve haver uma bússola, e ele se sente, olhando o ar, donde fugiram os pássaros, igual a um desses animais de aço e carne que se debatem no espaço. Não é gente, é aparelho.

Então, esquecido das coisas frívolas, inclusive do enterro da filha, telefona para o atelier do grande químico a quem sustenta vai para cinco anos na esperança de realizar o sonho de Lavoisier: o homem surgindo da retorta; e volta a trabalhar, parado, mandando os outros, até a tarde.

Depois, sobe a relógio, ducha-se, veste uma casaca. Deve ter um banquete solene, um banquete de alimentos breves, inventado pela sociedade dos Vegetaristas, cuja descoberta principal é a cenoura em confeitos.

O Homem Superior aparece, é amável. A sua casa de jantar é uma das maravilhas da cidade, toda de cristal transparente para que poderosos refletores elétricos possam dar aos convidados, por meios de combinações hábeis, impressões imprevistas; reproduções de quadros célebres, colorações cambiantes, fulgurações de incêndio e prateados sons de luar. No coup du milieu, um sorvete amargo que ninguém prova, a casa é um iceberg tão exato, que as damas tremem de frio; no conhaque final, que ninguém toma por causa do artritismo, o salão inteiro flamba num incêndio de cratera. Para cada prato vegetal há uma certa música ao longe, que ninguém ouve por ser muito enervante.

As mulheres tratam negócios de modas desde que não têm mais a preocupação dos filhos. Algumas, as mais velhas, dedicam-se a um gênero muito usado outrora pelos desocupados: a composição de versos. Os homens digladiam-se polidamente, a ver quem embrulha o outro. O Homem Superior, de alguns, nem sabe o nome. Indica-os desde o colégio. Insensivelmente, acabado o jantar, aquelas figuras, sem a menor cerimônia, partem em vários aeroplanos.

– Já sabes da morte Ema?

– Comunicaram-me – diz a Mulher Superior. Tenho de descer à terra?

– Acho prudente. Os convites são feitos, hoje, pelo jornal.

– Pobre criança! E o governo?

– Submete-se.

– Ah! Mandei fazer...

– Uns vestidos pirilampos?

– Já sabes?

– É a moda.

– Sabes sempre tudo...

O Homem Superior sobe no ascensor para tomar o seu coupé aéreo. Mas sente uma tremenda pontada nas costas. Encosta-se ao muro branco e olha-se num espelho. Está calvo, com uma dentadura postiça, e corcova. Os olhos sem brilho, os beiços moles, as sobrancelhas grisalhas.

É o fim da vida. Tem 30 anos. Mais alguns meses e estalará. É certo. É fatal. A sua fortuna avalia-se numa porção de milhões. Sob seus pés fracos um Himalaia de carne e sangue arqueja. Se descansasse?... Mas não pode. É da engrenagem.

Dentro do seu peito se estrangularam todos os seus sentimentos. A falta de tempo, numa ambição desvairada que o faz querer tudo, a terra, o mar, o ar, o céu, os outros astros para explorar, para apanhá-los, para condensá-los na sua algibeira, impele-o violentamente. O homem rebenta de querer tudo de uma vez, querer apenas, sem outro fito senão o de querer, para aproveitar o tempo reduzindo o próximo. Faz-se necessário ir à via terrestre que o seu rival milionário arranjou em pontes pênseis, com jacarandás em jarras de cristal e caneleiras artificiais.

Nem mesmo vai ver as amantes. Também para quê?...

De novo toma o coupé aéreo e parte, para voltar tarde, decerto, enquanto a Mulher Superior, embaixo, na terra, procura materialmente conservar a espécie com um jovem condutor de máquinas de 12 anos, que ainda tem cabelos.

Vai, de repente com um medo convulsivo de que o coupé abalroe um dos formidáveis aerobus, atulhados de gente, em disparada pelo azul sem fim, aos roncos.

– Para? – indaga o motorista com a vertigem das alturas.

– Para frente! Para frente! Tenho pressa, mais pressa. Caramba! Não se inventará um meio mais rápido de locomoção?

E cai, arfando, na almofada, os nervos a latejar, as têmporas a bater, na ânsia inconsciente de acabar, de acabar, de acabar, enquanto por todos os lados, em disparada convulsiva, de baixo para cima, de cima para baixo, na terra, por baixo da terra, por cima da terra, furiosamente, milhões de homens disparam na mesma ânsia de fechar o mundo, de não perder o tempo, de ganhar, lucrar, acabar...

O DIA DE UM HOMEM EM 2020
Antônio Prata


Imagem: Mauricio Planel

Em 5 de dezembro de 2020, data em que escrevo esta crônica, o título acima não fará muito sentido. Se o mantenho é porque esta foi a encomenda da revista Continente, em dezembro de 2010: queriam que o texto assim se chamasse para publicá-lo ao lado de um outro, do magnífico cronista carioca João do Rio, O dia de um homem em 1920. O problema é que, após todas as rápidas mudanças do último decênio, nem “dia” nem “homem” são mais conceitos estanques, como eram em 2010 – aqueles anos tão próximos e distantes, de tal maneira distintos dos atuais, que são tidos por nossos historiadores mais como um rabicho do caquético século 20 do que como o início do 21.

Sobre o fim do binômio dia/noite, Eric Hobsbawn – que, graças à dieta de suco de alfafa com células-tronco, completa 103 anos no mês que vem – escreveu em seu A era das ambivalências: “As exigências de um mercado global, a hiper-sociabilidade on-line e a flexibilização do trabalho acabaram com a dicotomia dia/noite, que acompanhava os homens desde seus primeiros passos sobre a Terra. O tempo segue seu fluxo, sem interrupções, como as informações que cruzam o globo por ondas e impulsos elétricos. (...) A hora do sono, como a hora das refeições, torna-se assim decisão de foro íntimo: aurora e crepúsculo não são mais início e fim de coisa alguma, a não ser para agricultores orgânicos e engenheiros dedicados à energia solar”.

Os calendários continuam em uso, claro, afinal ainda é necessário marcar conference calls ou sair de casa para ir ao dentista e jantar fora, vez ou outra, mas tornaram-se obsoletas as palavras “ontem”, “hoje” e “amanhã”. Uma vez que cada pessoa está vivendo em seu próprio fuso horário, é considerado deselegante usar tais termos, pois entende-se que, assim, impõe-se ao outro a sua própria divisão temporal.

Dia e noite se misturaram, os gêneros também. Diz Hobsbawn, no já citado A era das ambivalências: “A ultra-sociabilidade advinda da penetração do Twitter, do Facebook e demais redes de relacionamento na intimidade dos indivíduos criou o que tenho chamado de mais-valia social. Permanecer no mesmo sexo é visto como um limitador de oportunidades. Ser apenas homem ou somente mulher restringe as vivências, os contatos, causando prejuízo para a empresa social em que se transformou cada cidadão”.


Antonio Prata. Foto: Divulgação

Os movimentos GLS de 2010 ficarão felizes em saber que, desde 2018, todos os formulários brasileiros trazem as questões “Sexo (nascença)” e “Sexo (atual)”. Eu mesmo fui mulher entre 2014 e 2017. Encorajado pelo cartunista Laerte, aderi às Piranhas do Tietê, movimento crossdresser boêmio libertário que, no momento de inserção econômica e cultural do Brasil no cenário mundial, ajudou a quebrar a caretice global da primeira década do século 21, ainda dominada pelo puritanismo norte-americano. Depois de três anos, contudo, desisti: depilar as pernas dói muito (eis aí um problema que a ciência ainda não resolveu) e, além do mais, estava com saudades de fazer churrasco.

Tive a sorte de voltar ao gênero masculino justamente quando o churrasco foi liberado, em novembro de 2017, após dois anos e quatro meses banido, devido ao aquecimento global. Em 2014, quando as calotas polares derretiam em velocidade recorde e parecia que estávamos todos condenados a ser cozidos em banho-maria, aconteceu um milagre. A Johnsons & Johnsons, na tentativa de aperfeiçoar a tecnologia do floc-gel das fraldas geriátricas, acabou criando o Ice-floc™, cristais capazes de congelar qualquer líquido, ao simples contato, na proporção de 1g/10l. Em novembro de 2017, aviões da força aérea americana, sob o comando da presidente Sarah Palin, bombardearam com Ice-flocs™ os Pólos Norte e Sul. Os ecologistas fizeram um escarcéu, pois todos os ursos polares, focas, leões-marinhos, pinguins e demais espécies da fauna e flora daquelas regiões viraram picolé, no mesmo instante em que as ondas se transformaram em icebergs, mas assim que os novos SUVs a diesel puderam voltar ao mercado, as usinas a carvão derrubaram drasticamente o preço das contas de luz e o churrasco foi liberado, a opinião pública resolveu tratar de outros assuntos. Uma vez por mês, chove Ice-flocs™ no cocuruto e no calcanhar do planeta, diminuindo a temperatura, compensando a emissão de gases e garantindo, provavelmente, um terceiro mandato do Tea Party americano.

O fato de a extrema direita estar no poder nos EUA não teve grandes implicações mundiais, porque em 2020 eles já não são mais um país tão importante quanto eram na virada do século. Brasil, China, Índia e Qatar foram, aos poucos, dominando o mercado global. (A Rússia, cotada para ser uma das grandes potências, foi pelos ares quando três ogivas nucleares, perdidas desde a Guerra Fria, explodiram no subsolo de um Burger King, em São Petesburgo).

Se os EUA já estavam abalados pela chegada dos emergentes, foi depois do Big One, terremoto que arrasou toda a costa oeste do país, que eles de fato se estatelaram. A China exigiu, em troca de ajuda financeira, que os EUA lhe vendessem Los Angeles e as cidades do Vale do Silício. Todas as construções foram desmontadas, tijolo por tijolo – ou, bem, o que ainda estava de pé, depois do abalo sísmico –, levadas em containers, de navio, e reconstruídas, exatamente como eram antes, no deserto de Gobi, entre a China e a Mongólia. Hoje, toda a produção audiovisual – LA – e tecnológica – Silício – é made in China. E foi num desses laboratórios sino-americanos que um físico indiano e um hacker paraense chegaram àquela que foi aclamada como a maior descoberta científica da humanidade, ainda mais importante do que o Ice-flocs™: o Past-post™, máquina capaz de enviar e-mails para o passado. A descoberta ainda não é consenso entre os estudiosos, uma vez que o dispositivo só envia, não recebe, não há como saber se os e-mails estão de fato chegando em algum lugar ou apenas sumindo da caixa de saída, e toda a comprovação da teoria é puramente matemática. Mas, na dúvida, resolvi arriscar. Como encontrei, entre minhas coisas, uma revista Continente de 2011, cheia de besteiras escritas por mim, sobre como seria a vida de um homem em 2020, pedi para o Azambuja (o hacker paraense, amigo meu) enviar uma nova versão, corrigida e ampliada, para o final de 2010.

Caros editores: por favor, se ainda houver tempo, publiquem este texto aqui, não aquele que escrevi lá atrás, dizendo que carros voariam, o apocalipse térmico nos mataria e teríamos escravas sexuais mecanizadas. Muito obrigado. E, agora, licença, são duas da manhã e prometi que às três e meia iria ensinar minha mãe a fazer a barba. Será sua primeira vez e, com essas novas Gilettes Mach XII, a laser, todo cuidado é pouco. 

Publicidade

veja também

Margarida Lucena da Hora (1924-2010)

Mídias: A obra independe do suporte

Criação: O dono da história