HOMENAGEM
Em 2018, o Brasil é o país homenageado pelo festival de Annecy. Animadores brasileiros participam da programação com exposições, lançamentos de livros, sessões de autógrafos, projeções ao ar livre, sessões especiais e um panorama histórico de curtas, entre outras atividades, que levaram uma delegação de artistas à cidade francesa.
“O interesse pela produção do Brasil surgiu por causa da crescente quantidade de filmes de animação brasileiros vencedores dos principais prêmios de Annecy nos últimos anos. Ficamos surpresos”, afirmou Marcel Jean, diretor artístico do festival, durante o lançamento do livro Animação brasileira: 100 filmes essenciais, na segunda (11/6). Nesse depoimento, ele se refere especificamente ao curta Guida (2014), de Rosana Urbes, e aos longas-metragens O menino e o mundo (2013), de Alê Abreu, e Uma história de amor e fúria (2013), de Luiz Bolognesi. Os três foram premiados no evento e estão na programação deste ano em projeções ao ar livre realizadas à beira de um lago cercado por montanhas.
A participação de Guaxuma, no entanto, não está diretamente relacionada à homenagem, já que o curta foi selecionado entre os mais de 3 mil inscritos para a principal mostra competitiva internacional de 2018. “Para mim, Annecy sempre foi um mito. Ter um filme aqui é inesperado, porque é superdifícil e eu não poderia ter estreado em um lugar melhor. O público recebeu superbem e a sala estava lotada. Tive muito feedback de pessoas que vieram falar comigo. Fiquei bem feliz”, comemora Nara, que mostrará o filme no Brasil, pela primeira vez, em julho, no festival Anima Mundi, no Rio de Janeiro.
JÚLIO CAVANI, jornalista, crítico e realizador. Dirigiu os curtas Deixem Diana em paz (2013) e História natural (2014). Atualmente, é também curador do festival Animage.
*O jornalista viajou a convite do Consulado da França no Recife, do Instituto Francês do Brasil e do festival Animage.