[Autoficção] A criança ferida em 'Sem fim'
Autodescoberta e conflitos familiares são temas do livro de Hugo Casarini
TEXTO Revista Continente
01 de Abril de 2022
Imagem Reprodução
Em Sem fim (Quelônio, 2021), Hugo Casarini traz para o texto as situações conflituosas que viveu com sua família, sobretudo diante de sua orientação sexual. A autoficção centra-se na personagem h, jovem abastado que sai da casa interiorana mineira nos anos 1980 e vai viver na metrópole paulistana as experiências dos afetos e do prazer, numa época de efervescência cultural e liberação sexual. Ali, a criança ferida permanece latente. Os capítulos são abertos por fotografias de André Penteado e o prefácio é da psicanalista Maria Rita Kehl, que escreve: “A escrita, para os sobreviventes das famílias infelizes, faz função da frágil jangada onde se agarra o náufrago em alto-mar. Se tiver sorte, as correntezas vão depositá-lo num porto, numa ilha. Na escrita e na vida, Hugo Casarini encontrou seu porto nas amizades, e, sobretudo, no amor”.