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Pesquisa resgata a resistência de mulheres

Pesquisa “Com-dor, mas sem medo: mulheres, memória, performance e política”, produzida por Sílvia Goés e Roberta Ramos ganha as ruas nos meses de maio e junho

25 de Abril de 2025

Pesquisa resgata várias manifestações realizadas por mulheres recifenses (foto) e por latinoamericanas

Pesquisa resgata várias manifestações realizadas por mulheres recifenses (foto) e por latinoamericanas

Foto Divulgação

O projeto de pesquisa “Com-dor, mas sem medo: mulheres, memória, performance e política”, conduzido pelas artistas e pesquisadoras da dança e da performance Silvia Góes e Roberta Ramos, propõe uma escuta crítica, sensível e performativa das memórias de mulheres que vivenciaram o contexto das ditaduras cívico-militares sul-americanas. O projeto dialoga com mulheres das quatro macrorregiões de Pernambuco, com ações no Recife (RMR), Goiana (Zona da Mata), Caruaru (Agreste) e Afogados da Ingazeira (Sertão).

A etapa empírica da pesquisa se desenrola ao longo dos meses de maio e junho de 2025, com rodas de conversa, oficinas presenciais e on-line. A culminância do projeto será uma apresentação pública dos resultados, no dia 14 de junho, ainda sem local definido, englobando relatos sobre o processo investigativo, laboratórios, e apresentação  de registros em audiovisual, buscando conexões entre a história coletiva e as vivências singulares de mulheres que atravessaram, direta ou indiretamente, os efeitos das ditaduras cívico-militares na América do Sul, orquestradas, por exemplo, pela Operação Condor.

O projeto, de natureza prático-teórica e com finalidade artística futura, parte de um marco comum às pesquisadoras Silvia Góes e Roberta Ramos: ambas nasceram em 1975, ano simbólico em que teve início a Operação Condor, intensificou-se a repressão política na América Latina, e ao mesmo tempo emergiram importantes movimentos feministas no Brasil e outros países da América Latina, além da oficialização do Dia Internacional da Mulher pela ONU.

“A nossa pesquisa nasce do desejo de olhar criticamente para o passado a partir do presente que habitamos como mulheres, artistas e pesquisadoras. Ao conectar nossas histórias de vida com as memórias de outras mulheres atravessadas pela ditadura e pela resistência feminista, buscamos construir, através da arte e da escuta, uma historiografia sensível, afetiva e performativa. É um exercício de reencontro com o que fomos e do que ainda podemos ser juntas", expressam as artistas e pesquisadoras da dança e da performance Silvia Góes e Roberta Ramos.

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