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Debates sobre a identidade no 2º dia de CIJI

O segundo dia do Congresso Internacional de Judaísmo no Recife contou com diversas mesas temáticas de pesquisadores

27 de Maio de 2025

Foto Leopoldo Conrado Nunes

O segundo dia do Congresso Internacional de Judaísmo e Interculturalidade: História e Transculturalidade teve seu início no início da manhã. A primeira mesa desta terça-feira (27), foi mediada pelo professor doutor Daniel Valério e participaram dela os pesquisadores Renato Athias e, diretamente da Espanha, Ángel Baldomero Espina Barrio.

Diante do tema geral “Judaísmo, resistência e identidade: da perseguição na Europa aos Bnei Anussim do Recife”, Ángel discursou sobre xxx. Renato Athias, por sua vez, explorou a história da Kahal Zur Israel, a primeira Sinagoga das Américas que se localiza na Rua do Bom Jesus e se tornou um grande símbolo da comunidade judaica na cidade. De acordo com a fala de Athias fica claro a forma como a inquisição causou a migração de muitos judeus para o Brasil, e mostra a importância de Recife para a sociedade judaica.

A mesa seguinte teve como tema principal as “Interseções místicas, míticas e identitárias na construção do pensamento religioso”. Diante da moderação do professor Geraldo José Pieroni, os dois congressistas conversaram sobre questões ligadas à religiosidade em seus aspectos espirituais e interculturais.

“Temos que combater a intolerância porque a intolerância não acabou”, afirmou Marcelo Guimarães em sua palestra intitulada “Padre Vieira: raízes judaicas: verdade ou mito?”. Em seu discurso, o professor contou sobre a trajetória pessoal deste símbolo religioso, demonstrando os sinais de sua ligação familiar e ideológica com a religião judaica. O professor Caesar Sobreira falou em seguida, trazendo o misticismo para o centro do diálogo. Ele analisou as letras a partir do judaísmo e também do islã, mostrando suas similaridades e diferenças.

Depois do horário de almoço, os pesquisadores Luiz Nilton Corrêa, Jacques Ribemboim e Jorge Martins tomaram o palco do III Ciji. O tema da mesa consistiu em “Judeus e criptojudeus: trajetórias e identidades judaicas no espaço ibero-americano” e as falas de ambos se relacionaram com a identidade judaica nos seus respectivos países, Brasil e Portugal. Enquanto Jacques Ribemboim apresentou uma cronologia da presença judaica no Brasil, Jorge Martins explicou a presença de judeus e os chamados criptojudeus em Portugal.

Para concluir as mesas do segundo dia do congresso, o tema escolhido foi “Saberes e tradições: do papel à cura pelas plantas” e os estudiosos portugueses Adélio Amaro e André Oliveirinha, os congressistas a discursar. A palestra de Amaro trouxe grande conhecimento sobre a cidade de Leiria, em Portugal. Apontando os principais pontos do local, assim como os “vestígios” da sociedade judaica, ele criou um panorama diante da produção de papel.

Na palestra de André, as plantas tornaram-se protagonistas. Em sua fala, o Gestor de patrimônio cultural e museologia da Câmara Municipal de Penamacor explicou o projeto comunitário da Casa da Memória Sefardita Ribeiro Sanches, onde o aroma e o ritual entram em cena.

Uma sessão de cinema foi a responsável por finalizar o dia. Com a presença do diretor Leo Crivellare, seu longa-metragem documental Lembrar para não esquecer: a saga dos judeus no Nordeste brasileiro foi exibido à todos os presentes, que também tiveram a oportunidade de tirar dúvidas sobre a produção.

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