Projeto PEBA chega à sua 3ª edição
Projeto de artes integradas será lançado nesta quinta (25) e vai ocupar diversos espaços da Caixa Cultural Recife, com exposição, oficinas, rodas de conversa e espetáculos musicais
24 de Setembro de 2025
Foto Antônio Melcop/Divulgação
Depois de receber mais de 107 mil visitantes na edição passada e ser considerada como a mostra com o maior recorde de público da CAIXA Cultural Recife até aquele período, o Projeto PEBA chega à sua 3ª edição reafirmando a missão de criar pontes culturais entre Pernambuco e Bahia. Com o tema Celebração das Matas e Quilombos, a mostra propõe um mergulho sensorial, estético, político e ancestral nas matrizes afrodescendentes e indígenas que moldam a identidade brasileira. O acesso à exposição e a todas as atividades do Projeto é gratuito e aberto ao público em geral.
A exposição, que abre nesta quinta-feira (25), a partir das 17h, na CAIXA Cultural Recife, reúne obras impressas e exibições contínuas de 56 fotógrafos e fotógrafas dos dois estados, numa verdadeira rede de olhares que revelam memórias, corpos e territórios. A mostra convida o público a fazer uma imersão nas histórias, nas lutas e nas celebrações dos povos originários e quilombolas. “Escolhemos celebrar as Matas e os Quilombos porque são territórios de vida, resistência e memória. Reconhecer a força dos povos originários e quilombolas é também reafirmar nossa identidade e nossa história. Essa edição do PEBA nasce do desejo de homenagear esses saberes, e de criar um espaço em que arte, cultura e ancestralidade se entrelaçam como uma rede que nos sustenta e projeta para o futuro”, comemora o fotógrafo e idealizador do Projeto, Sérgio Figueiredo.
A REDE, presente nas aldeias e quilombos como espaço de descanso, acolhimento, proteção e partilha, é o símbolo que inspira esta edição do PEBA. Mais que objeto, ela se torna metáfora: costura imagens que atravessam tempo e território, tecendo o encontro de artistas de Pernambuco e Bahia. Assim, a REDE evoca o tecido coletivo que conecta memórias, corpos e criações, configurando-se como eixo central da celebração das matas e quilombos.
Além das fotografias, dez artesãos e artesãs, apresentam peças que aproximam tradição e contemporaneidade. Nesta edição, a mostra presta homenagem à mestra artesã pernambucana Luiza dos Tatus (in memoriam), e aos fotógrafos baianos Adenor Gondim e Iêda Marques, referências na celebração da cultura popular e da memória ambiental. A abertura será marcada ainda pela apresentação do Bacnaré – Balé de Cultura Negra do Recife, com a participação de 15 bailarinos e 5 percussionistas, e pelo toré do povo Fulni-ô, de Águas Belas, conduzido pelo mestre Matinho Fulni-ô.
Realizado pela Associação dos Produtores de Artes Cênicas e Música de Pernambuco –APACEPE, com produção da vaVER, o PEBA reforça seu compromisso social, oferecendo atividades educativas para o público em geral e para centenas de estudantes da rede pública de ensino. A curadoria é assinada por Sérgio Figueirêdo, Eduardo Romero e Rebeka Monita. Nesta edição, o Projeto tem patrocínio do Ministério da Cultura do Governo Federal, apoio da CAIXA Cultural Recife e Secretaria de Cultura da Prefeitura do Recife.
PEBA
O Projeto PEBA consiste em promover a interlocução entre os trabalhos de artistas com o objetivo de fomentar o debate sobre a influência cultural afrodescendente em Pernambuco e na Bahia, bem como a importância da luta no combate ao racismo. A primeira edição aconteceu em 2022, idealizada pelo casal de artistas pernambucanos, o fotógrafo Sérgio Figueirêdo, e a arte educadora e pedagoga Williany Amaral, que através de recursos próprios e pequenos apoios logísticos e financeiros de amigos, percorreram 5 mil quilômetros de carro entre os estados de Pernambuco e Bahia, levando a exposição fotográfica coletiva para comunidades remanescentes de quilombos, assentamentos, feiras livres e praças de pequenos municípios, até chegar no destino final em Salvador. Além da exposição, o casal promoveu oficinas de contação de histórias e de confecção de bonecas Abayomi.
Meses depois, o casal voltOU ao quilombo de Águas Claras, em Triunfo, no sertão de Pernambuco, onde, em parceria com a CMTECH (empresa pernambucana que compõe o parque tecnológico do Porto Digital), entregou à comunidade o 1º Ponto de Inclusão Digital Quilombola Anísio Preto – contendo uma sala com 10 computadores, internet e um professor, permitindo que os moradores da localidade pudessem ter acesso ao mundo digital.
A segunda edição, no ano passado, chegou mais arrojada graças ao incentivo dos parceiros, apoiadores e patrocínios, que trouxe uma vasta programação de artes integradas contendo exposição fotográfica, mostra de cinema, oficinas educativas e artísticas, rodas de conversa, seminário, lançamentos de livros, cortejos e espetáculos musicais. Programação esta que chega renovada na edição de 2025.
PROGRAMAÇÃO
3ª edição do Projeto PEBA - Celebração das Matas e Quilombos
Abertura: 25 de setembro (Quinta-feira)
Horário: 17h
Local: Galeria II - CAIXA Cultural Recife – na Av. Alfredo Lisboa, Recife Antigo
Entrada: Gratuita
Classificação: Livre
Exposição fica em cartaz até 23 de novembro
SOLENIDADE
Hora: 18h
Local: Octógono da Galeria II
Breve cerimônia que marca o início oficial do projeto. O momento reunirá artistas, parceiros e público em torno das memórias e resistências celebradas pela mostra. Durante a solenidade, serão feitas falas rápidas de acolhimento e agradecimento, seguidas da entrega dos troféus do Projeto PEBA, símbolo de reconhecimento e valorização das trajetórias de personalidades que contribuem para a arte, a cultura e a memória dos povos pretos e originários.
Apresentações musicais
Performance Musical – Toré
Título do Espetáculo: Toré – Cantos e Passos da Ancestralidade
Liderada pelo Mestre Matinho Fulni-ô, a banda apresenta a rica tradição musical e cultural de seu povo. Composto por músicos da etnia Fulni-ô, o grupo executa a Cafurna, música que celebra o cotidiano, a espiritualidade e a luta pela identidade, acompanhada de danças inspiradas em animais do sertão, valorizando o pífano como símbolo da cultura indígena.
Apresentação do Balé de Cultura Negra do Recife – BACNARÉ
Título do espetáculo: Memórias
Memórias é um espetáculo de música e dança afro que retrata a trajetória dos povos africanos desde a chegada nos navios negreiros até a resistência nos Quilombos. A obra percorre a dor da escravidão nos canaviais, o despertar de Zumbi, a força do maculelê e da capoeira, culminando na celebração da cultura afro-brasileira e na reverência às divindades das matrizes africanas
Hora: 19h
Local: Sala Multimídia
Classificação: Livre
Dia 26.09
Oficina de Cultura Indígena (Oficineiro: Mestre Matinho Fulni-ô)
Título: Saberes Fulni-ô: Música, Dança e Cultura Indígena
Oficina conduzida pelo Mestre Matinho, da Tribo Fulni-ô, que compartilha saberes sobre a cultura indígena, com foco nas tradições Fulni-ô. A proposta aborda músicas, danças, memória, preservação cultural, inclusão e reconhecimento, promovendo trocas de saberes e valorizando a riqueza dos povos originários.
Hora: Manhã (10h30 às 12h00) / Tarde (14h30 às 16h)
Local: Sala Multimídia
Classificação: Livre
Faixa etária prioritária: A partir de 12 anos
· Carga horária: 03 horas
· Quantidade de encontros: 02 (manhã e tarde)
· Quantidade de pessoas por encontro: até 30
Visita Guiada com Sérgio Figueirêdo
Título: PEBA: Celebrações das Matas e Quilombos
A visita guiada será conduzida por Sérgio Figueirêdo, fotógrafo, idealizador do Projeto PEBA e curador da mostra. Com seu olhar sensível e clínico da arte, especialmente da fotografia, ele apresentará ao público os detalhes da exposição, que revela na arte a resistência, os saberes, a cultura e a história dos povos originários e quilombolas.
Dia: 27/09/2025
Hora: 15h00 às 16h00
Local: Galeria II
Faixa etária prioritária: Geral
Roda de Conversa (Iêda Marques convida Eduardo Romero)
Título: A fotografia de Iêda Marques revela lembranceiras, imaginário e realidade
A roda de conversa propõe um mergulho no universo poético e documental da fotógrafa baiana Iêda Marques, cuja obra transita entre memória, imaginação e realidade tendo a caatinga como pano de fundo. Inspirada em ritos de passagem, sua fotografia evoca “lembranceiras”, costurando afetos e resistências. O diálogo conta com a presença do artista e pesquisador Eduardo Romero (UFPE).
Dia: 27/09/2025
Hora: 16h00 às 18h00
Local: Octógono da Galeria II
Faixa etária: Geral
Oficina de Artesanato de Barro (Oficineira: Carol do Tatu)
Título: Herança de Barro – Saberes dos Tatus
A oficina conduzida por Carol do Tatu, herdeira cultural da Mestra Luiza dos Tatus, apresenta o legado da tradição ceramista dos Tatus. Dividida em dois momentos, inicia com a história e o processo artesanal do barro — preparo, modelagem e queima — e segue com a prática, onde participantes aprendem a moldar e criar suas próprias peças, vivenciando a ancestralidade e a força desse saber.
Dia: 22/10/2025
Hora: Manhã (10h30 às 12h00) / Tarde (14h30 às 16h)
Local: Sala Oficina 1
Classificação: Livre
Faixa etária prioritária: A partir de 14 anos
· Carga horária: 03 horas
· Quantidade de encontros: 02 (manhã e tarde)
· Quantidade de pessoas por encontro: até 20
Oficina de Produção Cultural (Oficineiro: Afonso Oliveira)
Título: Método Canavial - Introdução à Produção Cultural Coletiva e Comunitária
O Método Canavial, ensina a produção cultural coletiva e comunitária, fortalecendo a cultura popular da Zona da Mata. A oficina apresenta princípios de captação de recursos, formação de produtores locais e protagonismo cultural, inspirados na trajetória premiada de Afonso Oliveira e na metodologia consolidada em seu livro Método Canavial.
Dias: 22 e 23/10/2025
Hora: Tarde (14h00 às 18h00)
Local: Sala Multimídia
Classificação: Livre
Faixa etária prioritária: A partir de 18 anos
· Carga horária: 08 horas
· Quantidade de encontros: 02 (período da tarde em dois dias)
· Quantidade de pessoas por encontro: até 50
Oficina de Artesanato (Oficineira: Salamandra)
Título: Carimbos Artesanais - Grafismos Afro-indígenas
Carimbos Artesanais – Grafismos Afro-Indígenas é uma oficina que une criatividade e sustentabilidade, propondo a experimentação de técnicas de estamparia em tecido a partir de carimbos feitos com materiais de baixo custo e reaproveitados. Voltada a todos os públicos, estimula a expressão artística, a consciência ecológica e o diálogo com os grafismos das culturas afro-indígenas, em processos coletivos e individuais.
Dia: 07/11/2025
Hora: Manhã (10h30 às 12h00) / Tarde (14h30 às 16h)
Local: Sala Oficina 1
Classificação: Livre
Faixa etária prioritária: A partir de 12 anos
· Carga horária: 03 horas
· Quantidade de encontros: 02 (manhã e tarde)
· Quantidade de pessoas por encontro: até 10
Oficina de História em Quadrinhos (Oficineiro: Eron Villar)
Título: Iniciação à Narrativa em Quadrinhos
Oficina teórico-prática de Histórias em Quadrinhos para adolescentes e jovens, abordando roteiro, composição e linguagem visual. Os participantes criam pequenas HQs inspiradas em suas vivências, refletindo sobre gênero, raça e identidade, desenvolvendo habilidades estéticas e críticas na construção de narrativas próprias.
Dias: 12 e 13/11/2025
Hora: Manhã (10h30 às 12h00) / Tarde (14h30 às 16h)
Local: Sala Multimídia
Faixa etária prioritária: A partir de 14 anos
· Carga horária: 03 horas
· Quantidade de encontros: 02 (manhã e tarde)
· Quantidade de pessoas por encontro: até 25
Oficina de Dança Afro (Oficineiro: Tiago Batista Ferreira) Título: O Despertar das Raízes Negras
O Despertar das Raízes Negras é uma oficina de dança afro que explora as potencialidades do corpo em movimento, conectando participantes às tradições da cultura africana e afro-brasileira. A oficina propõe um mergulho no ritmo, na ancestralidade e na expressão coletiva.
Dia: 14/11/2025
Hora: Manhã (10h30 às 12h00) / Tarde (14h30 às 16h)
Local: Sala Oficina 1
Faixa etária prioritária: A partir de 12 anos
· Carga horária: 03 horas
· Quantidade de encontros: 02 (manhã e tarde)
· Quantidade de pessoas por encontro: até 20