Conversei sobre os russos com A. e ela conhece o assunto. De Dostoievski, temos Crime e castigo como obra-prima estrutural e O idiota como livro preferido do autor das Memórias do subsolo. Suas melhores traduções brasileiras estão sob a Editora 34. Aliás, compreende-se melhor Dostoievski depois que se lê Turguêniev e Gógol. Do primeiro, principalmente Pais e filhos (CosacNaify, 2004), e do segundo Almas mortas (Perspectiva, 2011). Claro que não se pode passar pelos russos sem se demorar atentamente sobre Tolstoi, eu disse a A., e se ela pudesse, lesse e relesse A sonata a Kreutzer e A morte de Ivan Ilitch.
Tolstoi está na moda, F. me disse, embora a nova versão cinematográfica de Anna Kariênina não esteja agradando a alguns. Eu disse a F. que citar essa personagem é lembrar Flaubert e sua Bovary. A nova tradução de Bovary, de Mário Laranjeira (Penguin Companhia, 2011), recebeu o Prêmio Jabuti 2012 para tradutores. M., no último telefonema, pediu sugestões de romances franceses.
Ainda não havia lido Proust, um pecado corrigível em poucos meses. Antes, eu disse, se puder, leia Balzac. Proust está em Balzac, as histórias que se entrelaçam, os personagens que ressurgem. Comece pelo Pai Goriot (L&PM Pocket, 2006). A comédia humana é a “recherche” balzaquiana. M. ainda esboçou um outro pedido, mas eu não tinha mais tempo.
WEYDSON BARROS LEAL, poeta e crítico de arte.