Entrevista

"A vida de Jards Macalé às vezes engole a vida de Jards Anet"

Autor de um ensaio biográfico sobre Jards Macalé, Fred Coelho fala sobre suas pesquisas e a riqueza da vida e da obra do músico carioca

TEXTO Mariana Filgueiras

03 de Março de 2021

O pesquisador e ensaísta Fred Coelho

O pesquisador e ensaísta Fred Coelho

FOTO DIVULGAÇÃO

[conteúdo exclusivo Continente Online]

Uma pergunta que certamente já animou muitas discussões em mesas de bar é: como é que alguns músicos desprezados como malditos, rebeldes e experimentais conseguem se manter populares? Como é que um artista tido como anárquico, imprevisível e esquisitão como Jards Macalé – um sujeito que gravou "o primeiro pum" da MPB, arrumou brigas com gravadoras, e, até bem pouco tempo, andava com uma máscara do Batman pelas ruas do Rio – nunca parou de produzir e atrair um público fiel? Qual é, afinal, o borogodó do Macao?

O recém-lançado ensaio biográfico Jards Macalé: Eu só faço o que eu quero (Editora Numa), parte desse mistério para uma caudalosa, inebriante e surpreendente aventura pela história da música brasileira. Isso porque a resposta para o enigma-macalé passa por pelo menos 60 anos de escolhas de um exímio instrumentista e compositor, um sujeito que não negocia seus processos artísticos, fartos em referências populares. 

"Acreditar em um princípio estético e defini-lo como compromisso inesgotável, apostar em um caminho independente, mesmo que por vezes solitário, demanda de um artista doses de tenacidade, paciência e transgressão", escreve Fred Coelho, o ensaísta de Jards. Nesta entrevista à Continente, ele complementa: "Para quem imaginava um Macalé ‘doidão’, vai se surpreender com sua disciplina trabalhadora, sua visão politizada do Brasil e outros elementos. Em artistas como Jards Macalé, precisamos entender a fina fronteira entre a doideira e o delírio. O delírio tem bases profundas nessa geração como discurso transformador da realidade estética e política do país."

Pesquisador, crítico e professor da PUC-Rio, Fred era a pessoa perfeita para a empreitada. Autor de trabalhos importantes sobre a Tropicália, Hélio Oiticica, artes visuais e a cultura marginal brasileira, ele transita confortavelmente no acervo do artista, fazendo conexões improváveis a outros olhos; resolve de forma sagaz as histórias ora desencontradas, ora inventadas pela memória fabulosa do personagem Macalé; e não recusa a análise crítica dos álbuns ao longo do livro. É um autor que soube colocar espelhos em cantos inesperados na trajetória de Jards. Mesmo nos conturbados.

O livro traz novas leituras sobre as performances camicases que Jards fez durante a ditadura militar, que pôs a esquerda contra ele, pedindo que seus discos fossem "rasgados com dentes"; reconta seu rompimento com Caetano Veloso, depois da crise por conta da falta dos seus créditos no disco Transa; e elabora a mágoa do artista com o pai, só resolvida com a foto na capa do disco O que faço é música, de 1998. 

Fred faz questão de dizer, no entanto, que a obra não propõe um resgate ou ressurreição de Jards, mas uma ampliação de uma historiografia "que faz dessa obra riquíssima uma pálida presença".  É o que ele também faz nesta conversa, ao nos contar um pouco mais sobre as pouco comentadas parcerias musicais de Jards com Gilberto Gil, por exemplo; sobre a influência de um romantismo descarnado em sua obra e ao comentar como o apelido "Macalé" – tomado na juventude em alusão a um jogador de futebol negro – trazia consigo uma carga racista que pode ter sido ativada em momentos de recepção antipática à sua obra. 

Jards Macalé. Foto: José de Holanda/ Divulgação

CONTINENTE O livro é um ensaio biográfico, que prioriza a trajetória estética do artista, diferentemente do que se poderia esperar de uma biografia convencional sobre Jards Macalé. Como foi resistir a uma vida tão rica em paixões, surtos, confusões?
FRED COELHO Na verdade, essa transformação – de uma biografia clássica para um ensaio biográfico – foi ocorrendo ao longo da escrita. Como qualquer um, Jards realmente tem uma série de histórias mirabolantes em sua vida pessoal. Minha principal motivação para escrever o livro, porém, foi sua trajetória artística e sua obra. Como digo na introdução do livro, a vida de Jards Macalé às vezes engole a vida de Jards Anet, só que nem sempre os fatos pessoais do segundo são importantes para a criação do primeiro. A invenção de um personagem (Macalé) me permitiu seguir os rastros desse artista que empurrou limites estéticos, mas, muitas vezes, tinha vida privada pacata e ordeira. O uso de drogas, por exemplo – comentado de forma esporádica em poucos episódios – não foi uma condicionante de sua obra tanto quanto foi com outros elementos “caretas”. Para quem imaginava um Macalé “doidão”, vai se surpreender com sua disciplina trabalhadora, sua visão politizada do Brasil e outros elementos. Em artistas como Jards Macalé, precisamos entender a fina fronteira entre a doideira e o delírio. 

CONTINENTE Como assim?
FRED COELHO O delírio tem bases profundas nessa geração como discurso transformador da realidade estética e política do país, mas nem sempre motivada por alterações químicas. Ele, aliás, gosta de dizer que seu uso de drogas não tem nada a ver com sua música. Já os romances e relacionamentos, alguns deles estão descritos no livro de acordo com o impacto na carreira do músico. Foram muitos namoros e casamentos ao longo de sua vida e seguir essa trilha, pontuando cada caso em prol de revelações “de bastidores”, na minha visão, não contribuiria para desenrolar qualitativamente momentos do seu trabalho. Já as confusões, acho que muitas delas estão ali, como as prisões, os surtos, as polêmicas por conta de suas opiniões etc... 

CONTINENTE A sua presença é muito clara na obra. Você oferece uma leitura crítica que é sobretudo poética, o que é raro em biografias e documentários musicais.
FRED COELHO Pois é, chegou um momento do livro em que fiquei no limiar de uma opção: ou eu dou conta de todos os detalhes da vida ou eu dou conta de pensar a obra imensa de Macalé. Não sou biógrafo profissional, nem jornalista, dois tipos de escrita que sabem manejar os fatos e depoimentos de acordo com a narrativa. Sou um pesquisador da cultura brasileira, escrevo sobre a geração de Jards desde o milênio passado (risos) e o livro sobre ele foi uma espécie de escrita em que parti dos fatos (a hemeroteca digital da Biblioteca Nacional foi minha morada madrugadora por meses e meses) para articular ideias pessoais (versões) sobre música, cultura, política e as movimentações coletivas de sua geração. Quando cheguei nos discos, como fã que sempre fui, aos poucos fui vendo que tinha o que dizer sobre eles, sobre as faixas, sobre os sons, e me permiti esse passeio – mesmo precário, muitas vezes por minha ignorância em teoria musical. Acho que foi o jeito que encontrei ao longo da vida para escrever: sempre com o tema, nunca sobre o tema. Deixar com que as obras e suas poéticas impregnem o texto crítico, sem perder sua dimensão histórica, seus diálogos contemporâneos. O intuito do livro foi expandir a recepção da obra de Jards Macalé para além dos lugares comuns de décadas. Por isso o esforço em abrir os discos para novas escutas após a leitura. 

CONTINENTE Há um momento em que a discussão sobre o racismo é muito forte no livro, quando você mergulha na história do apelido, mas depois não surge mais como um tema enfrentado pelo personagem. O racismo pode ter sido um dos fatores que alimentou esse mito do músico maldito?
FRED COELHO Creio que esse tema nunca tinha sido levantado antes quando falavam de Macalé. Pouquíssimas vezes ele aparece ligado a uma tradição do músico preto ou da música preta no Brasil. O tema racial foi tocado em entrevistas com ele, mas suas respostas de hoje não tiveram contundência a ponto de virar um assunto central na obra. O capítulo sobre o apelido foi feito justamente para mostrar como o tema do racismo é silenciado de forma permanente em certas associações ao seu nome feitas de forma automática. No final dos anos de 1970, com o disco Constrastes e a abertura política durante o fim do regime militar, esse tema reaparece para ele em situações tanto profissionais quanto pessoais. Ele atua em Tenda dos Milagres, de Nelson Pereira dos Santos, como Pedro Arcanjo, um personagem preto na fronteira entre a ciência e o candomblé, mergulha nos terreiros baianos, visita Mãe Menininha do Gantois, adota a grafia Makalé no nome... No disco de 1977, grava Negra Melodia e dedica a música não só ao homenageado no título – Luiz Melodia – mas também ao movimento Black Rio. E Jards sempre participou de lutas antirracistas quando foi convocado para shows beneficentes e outros eventos. O fato é que, como Gilberto Gil, Jards foi um rapaz de classe média em Ipanema, conviveu com uma elite cultural do seu tempo e, também como Gil, não se sentiu em momento algum discriminado por isso. O espaço de mulato, hoje em dia desconstruído, problematizado e descartado, era o campo em que pessoas com traços pretos, porém de pele menos escura como Jards se situavam nessa geração – vide toda a obra de Caetano Veloso e sua defesa por décadas do tema da miscigenação ao se assumir mulato. O que eu busco apontar no livro, como hipótese, é que seu apelido trazia uma carga racista que pode ter sido ativada em alguns momentos de recepção antipática de sua obra. A consciência racial de Jards, creio, só pode ser definida por ele mesmo, já que está vivo e atuante. 

CONTINENTE O livro joga luz sobre muitos outros nomes esquecidos da MPB, como Piti, ou outros pouco reverenciados, como Zeca da Cuíca, que morreu esse ano praticamente despercebido. A turma de Jards, assim como ele, também ficou "amaldiçoada"?
FRED COELHO A história da música brasileira – como aliás qualquer outra história – é feita de eleições e omissões. Eu mesmo, após o livro pronto, vi que cometi vacilos imperdoáveis ao escrever momentos da trajetória do Jards e transformar trabalhos pessoais em fatos coletivos. É muito difícil em escritas sobre trajetórias tão longas não tropeçarmos nesse tipo de situação. O fato é que para cada nome consagrado temos uma variedade de nomes que colaboraram com tal consagração e ficaram pelo caminho por diferentes motivos. Uns, realmente, abandonam carreiras. Outros seguem trabalhando, porém sempre em um espaço invisível – como é o caso de músicos de estúdio e arranjadores. Há na verdade uma espécie de centralidade completa da voz e do corpo no palco quando se conta a história da música brasileira. Quase sempre é aquele/aquela que canta que se torna o epicentro das narrativas. E na geração de Jards – ou em outras, como o caso de Caymmi – o cantor e o compositor se tornaram uma coisa só, uma entidade “perfeita” – é o caso de Caetano, Gil, Chico Buarque, Paulinho da Viola, entre muitos outros. A invisibilidade de nomes como Zeca da Cuíca, ou Dino Sete Cordas, ou Meira, ou Esther Scliar, é decorrente desse discurso historiográfico em que a biografia do músico é colada apenas em sua vida pessoal, suas conquistas e derrotas, seus sucessos etc... Tentei, dar conta o máximo possível de todos os envolvidos nos discos de Jards, até mesmo porque essa sempre foi a atitude profissional dele. Afinal, entre 1960 e 1972 ele foi um músico que tocava com outras pessoas, não assinava trabalhos. Poucos sabiam como ele o valor dos créditos e bastidores. E mesmo com pesquisa, não é fácil encontrar tudo ou não cometer erros na hora de escrever sobre outras vidas e trabalhos. 

CONTINENTE A sua leitura do álbum Aprender a nadar (1974) explora todas as nuances da 'morbeza romântica' que ele propõe. Você diria que Jards é um romântico?
FRED COELHO Eu diria que sim, por três aspectos: no primeiro, o aspecto tradicional do romantismo – aquele lance ligado ao artista amaldiçoado por ser o porta voz de um contradiscurso permanente frente aos aspectos maquínicos e massivos da modernidade industrial. O maldito, aliás, vem daí, desse momento em que a resistência ao rolo compressor do capital gera uma poética ácida e irônica frente aos consensos de uma época. Em outro aspecto, Jards é um romântico por ser um jovem formado em um tempo e espaço em que a figura de Vinícius de Moraes e sua poética amorosa – e muitas vezes complicada do ponto de vista contemporânea – era o tom (com duplo sentido nesse caso). A ideia de um amor não correspondido, o amor trágico, o amor que rima com dor, povoou muitas das primeiras composições de Jards. Aos poucos, esse romantismo viniciano foi sendo radicalizado para uma visão trágica e popular de amor – Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito ou Lupicínio Rodrigues, são nomes que desaguam na Linha de morbeza romântica que Jards desenvolve com Waly Salomão em Aprender a nadar. E em um terceiro aspecto, há o lado romântico em prol de um pensamento político épico, em que o Brasil é um personagem que precisa sempre ser salvo, valorizado, amado por fim. Afinal, foi ele quem reivindicou o lema positivista completo na bandeira brasileira: amor, ordem e progresso. Mas se você perguntar para ele se é um romântico, provavelmente as respostas serão muitas, inclusive podendo discordar de tudo isso que eu acabei de dizer. 

CONTINENTE É muito sagaz a saída que você deu para os desencontros das histórias na memória do Jards, ao criar um personagem.
FRED COELHO Mas foi aí que eu vi que não era um biógrafo profissional e me libertei. Quando vi que o próprio Jards assumia diferentes versões de sua própria história, optei por deixar o personagem como fio condutor, aquele em que a versão pode ser melhor que o fato, aquele que se inventa no processo fabulador sobre si mesmo. Só a mudança de nomes – Macalé, Macao, Macalina, Makalé – foi me liberando de ficar obrigatoriamente colado ao fato comprovável e deixasse com que a fala de Jards fosse o fio condutor e protagonista do livro sempre que possível. Algumas vezes achei importante pontuar fatos e datas de versões já cristalizadas de histórias que, quando checadas a fundo, se mostravam errôneas ou imprecisas. Mas nas outras vezes, deixei diferentes versões conviverem. A verdade é que escrever sobre uma vida, comprovar uma vida, é uma tarefa inglória e impossível. Não existe “uma vida” né? Existem múltiplas vidas, múltiplas existências. Ainda mais com a pessoa viva, em movimento, podendo ainda reinventar essas histórias. A opção que fiz foi percorrer os muitos caminhos possíveis na montagem desse mosaico existencial chamado Jards Macalé. O melhor de tudo isso é que o próprio Jards é detentor de um arquivo incrível sobre si e, mesmo assim, deixa com que versões diversas sobre sua história circulem – muitas vezes alimentadas por ele mesmo! O livro é uma primeira tentativa mais profunda de situar esse personagem na nossa história cultural recente. Espero que ainda escrevam muitos outros trabalhos sobre ele. 

CONTINENTE Quais mitos sobre a MPB você desconstruiu na sua pesquisa?
FRED COELHO Como disse, toda história é feita de mitos e contradiscursos. A da MPB não é diferente. Não sei se desconstruí mitos, até porque posso ter criado outros, mas tentei mostrar que a chamada “geração de ouro” dos anos 1960 era povoada por muitos e muitos nomes que foram sendo deslocados em prol de outros. Não sou desses que elegem os consagrados como “alvo” para mostrar quem não foi devidamente valorizado, até porque esses medalhões sempre trabalharam com afinco pelas suas carreiras e (quase) sempre produziram discos que atestaram sua qualidade e seu lugar merecido. De qualquer maneira, busquei mostrar que certas histórias repetidas como regra ficam viciadas de lugares comuns vazios e podem ser ampliadas em outras direções, reconfiguradas por outros pontos de vista. Por exemplo, o fato de chamarem Jards de tropicalista sem nunca terem visto realmente no que ele participou – ou não – no movimento. Ou a treta com Caetano Veloso ao redor dos créditos de Transa como se fosse um ato ardiloso do músico, quando na verdade a amizade dos dois e a admiração mútua é muito mais importante para se contar aquela história. Ou que Jards e Gilberto Gil foram parceiros muitas vezes, mas raramente comentam isso. Mitos sempre existirão. O lance é olharmos além deles sem necessariamente acharmos que são a única versão possível da história. Há muitas formas renovadoras e inovadores de se contar esse período chamado MPB – e, aliás, muitos pesquisadores de minha geração já estão fazendo isso. 

CONTINENTE Na sua opinião, quais foram os episódios em que Jards mais se colocou em risco como artista?
FRED COELHO Creio que o episódio mais complexo, devido ao contexto da época, foi sua visita ao General Golbery, na época ministro todo poderoso do governo Geisel. Ali, com uma série de feridas abertas dentre as esquerdas (e que ainda existem até hoje), a aproximação estratégica com os militares, sucedido de entrevistas tensas a respeito do tema, sacramentou um lugar problemático para o músico dentre muitos de sua geração. Se a apresentação de Gotham City em 1969 abriu o caminho maledicente para a pecha de louco e, por consequência, maldito, mesmo assim ele atravessou a década seguinte gravando discos importantes. Após a ida ao gabinete de Golbery para entregar o disco O banquete dos mendigos, aliás um dos trabalhos mais contundentes da música brasileira contra a ditadura civil-militar, a década seguinte foi de absoluto abandono de sua figura artística – o que impactou diretamente sua vida profissional e pessoal. 

CONTINENTE Quais foram as suas maiores surpresas nessa pesquisa?
FRED COELHO A história do apelido, a história de sua avó com sua mãe, a relação de Jards com os militares (seja na sua vida pessoal através de seu pai, seja na sua vida artística através de uma série de tensões públicas e privadas), a conexão de Jards com nomes da velha guarda como Cyro Monteiro, Nora Ney e Clementina de Jesus, os vínculos criativos entre Jards e Gilberto Gil ou Jards e Naná Vasconcelos e a intensa parceria profissional com Gal Costa para além da gravação de Vapor Barato. Creio que esses temas foram os que eu realmente conhecia muito pouco quando comecei o processo de pesquisa. 

CONTINENTE O seu conhecimento minucioso do acervo do Hélio Oiticica foi um diferencial. Que agora, somado ao conhecimento do acervo do Jards, tornam-se valiosos para uma próxima, certamente. Você já tem algo em mente?
FRED COELHO Como sou pesquisador por profissão – antes de escritor, de crítico, de qualquer outra coisa – cada trabalho se soma ao anterior e vai abrindo novas frentes de investigação e de conteúdo. Um dos objetivos do livro, porém, é justamente, como diriam hoje em dia, “reposicionar” a história de Jards Macalé nesses amplos contextos que já estão no automático das leituras e versões. Após escrever sobre a geração chamada de marginal dos anos 1960/70, sobre o período de Hélio Oiticica em Nova York e sobre a trajetória artística de Jards Macalé, estou matutando um próximo livro ainda ao redor desse grupo e período. Não um outro ensaio biográfico como esse – em cima de uma vida específica – mas sim uma espécie de escrita que se dedique aos laços, comunidades, espaços e obras que tal geração criou. Tenho cá comigo que muitas das pautas políticas e estéticas contemporâneas já estavam lá de forma embrionária ou explícita – e nunca foram valorizadas como tais. Vamos ver se consigo. 

MARIANA FILGUEIRAS é professora na UFRJ, jornalista e roteirista.

 

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