Luisa Bérard

Uma advogada bem-sucedida conta uma história, uma narrativa que havia desenvolvido, até então, sem pretensão nenhuma, para sua irmã. Essa, gostando da história, incentiva a primeira a escrever e publicar o material. “Por que não?”, questionou para si mesma a alagoana radicada no Recife. E foi assim que Luisa Bérard, durante sete anos, preparou seu livro Nas montanhas dos Marrocos, lançado de forma independente.

Começou a escrever com todo o pulso e, aos poucos, foi estudando técnicas de escrita que pudessem lhe auxiliar no desenvolvimento da narrativa, afinal, ela nunca havia escrito nenhuma outra obra, fosse de contos ou crônicas. Do ponto de vista visual, é inegável o cuidado com o qual o livro se apresenta, o trabalho minucioso de edição e pós-produção da escritora, que juntou um time de profissionais da área para ajudá-la nesse novo sonho.

Tudo isso foi sendo conciliado com sua carreira no Direito, até que, há alguns meses, decidiu se dedicar mais intensamente à divulgação de seu primeiro livro. “Mas é isso que eu amo, é isso que quero fazer, eu não consigo imaginar minha vida sem escrever. Então, de algo absolutamente casual, uma conversa entre irmãs, surgiu a possibilidade que eu sequer sonhava, porque não fazia parte dos meus projetos de vida, e eu vi que é isso que realmente dá sentido, empolga”, comenta Luisa, em seu escritório na sua casa, em que se nota – na estante – uma boa quantidade de livros, cujo ambiente se desenvolve em tempos de outrora, obras de Judith McNaught e Diana Gabaldon, por exemplo. Aliás, são suas maiores inspirações.

“Eu sempre amei estudar História. Sabe aquela matéria do colégio que você estudava feliz da vida quando tinha prova? Pronto, eu era essa aluna. Obviamente, esse gostar da História faz com que você acabe lendo livros de romance que são passados em ambientes históricos, filmes etc. Essa bagagem toda, ao longo da vida, vai se consolidando, vai formando um conjunto de informações em que você começa a desenvolver outras possibilidades em cima”, explica a escritora.

Em determinados pontos de seu livro, é possível notar em lady Katherine Hartington, uma das protagonistas, um pouco das ideias feministas – algo que foi intencionalmente colocado por Luísa – para mostrar que, em plena Inglaterra industrial, no século XIX, o questionamento a respeito da mulher, mesmo as da nobreza (que, segundo a própria, eram muito mais pressionadas a viver conforme o estilo de vida clássico), já estava acontecendo.

Nas montanhas dos Marrocos pode ser encontrado na Livraria Cultura e na Amazon, além de outros locais (www.luisaberard.com.br). Empolgada com a boa recepção dos leitores, Luísa Bérard já começa a trabalhar em seu próximo livro que, dessa vez, se ambientará na Itália.