Curtas

A história do Rei do Reisado de Garanhuns

Documentário relata a vida do artista Gonzaga de Garanhuns

TEXTO ERIKA MUNIZ

01 de Julho de 2018

Gonzaga de Garanhuns comemora meio século de dedicação à cultura popular

Gonzaga de Garanhuns comemora meio século de dedicação à cultura popular

FOTO Renan Araújo/Divulgação

[conteúdo na íntegra (degustação) | edição 211 | julho de 2018]

No Sítio Sussuarana, zona rural de Garanhuns, nasceu Luiz Gonzaga. Nome de mestre, ele tem, além de ser conterrâneo de outro grande da música, Dominguinhos. Porém, desde 1955, Gonzaga de Garanhuns, como é conhecido, escolheu o reisado, folguedo popular tradicional do Agreste pernambucano, e a literatura de cordel para se expressar artisticamente. Quem é nascido ou vive na cidade, possivelmente já viu alguma das suas apresentações. Para comemorar mais de meio século dedicado à cultura popular, neste mês de julho, o coletivo garanhuense Tear finaliza o documentário Gonzaga de Garanhuns: o rei e o reisado, que narra a vida e obra desse ícone da região.

A produtora cultural e atriz Stephany Metódio já vinha sentindo a necessidade de produzir registros audiovisuais da história cultural da sua cidade. Durante uma das ações do Sesc, quando ela conheceu mais a história e trajetória de Seu Gonzaga, imediatamente teve a ideia de produzir um documentário. “Quando me aproximei mais dele, na época que trabalhava com o Sesc, conversamos e, em seguida, ele levou um monte de documentos e fotos. Seu Gonzaga tem documentos históricos da cidade de Garanhuns e ele sabe dessa importância”, afirma a produtora.

Em Pernambuco, o reisado proveniente de Garanhuns é considerado referência e devido à preocupação de cada vez mais registrar as manifestações culturais da cidade, o grupo Tear, formando por Stephany e por outros artistas como Alexandre Revoredo, Efraim Rocha, Leo Silva, Katarina Barbosa, Renan Araújo – que assina a direção do documentário –, Andrezza Tavares e Fernanda Limão, juntaram suas habilidades e inscreveram, em 2016, um projeto audiovisual no Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura, na categoria de descentralização do audiovisual, que foi aprovado e teve início no ano seguinte. Eles pretendem circular com o documentário no Festival de Goiana, no de Triunfo e no Festival de Inverno de Garanhuns, que acontece este mês.

Em entrevista à Continente, Seu Gonzaga relembra alguns momentos marcantes de seus 73 anos de vida, que são retomados no filme, a exemplo da criação na roça pelo avô Valdivino Lopes, a primeira vez que viu uma apresentação do reisado com o Mestre José Pereira, em 1954; ou quando participou do programa Som Brasil, de Rolando Boldrin, nos anos 1980, junto ao reisado do Mestre João Gomes. As motivações em perpetuar a cultura popular o fazem participar de diversas ações nas escolas de Garanhuns. “Nosso estado tem muitas manifestações populares e é isso que eu abraço, porque acho muito importante ficar para Pernambuco. Por isso, estou formando crianças.”

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